06
ago
2013
Verão neutro e com risco de quebra
Meteorologistas revelam que irregularidade das chuvas vai predominar até o final do ano, com períodos curtos de umidade excessiva e estiagens prolongadas

Igor Castanho

Nem El Niño, nem La Niña. Os dois fenômenos que tornam o clima mais previsível estão sendo descartados pelos meteorologistas para 2013/14, que começa a ser plantada no Brasil dentro de seis semanas. Eles confirmam que o quadro de neutralidade deve predominar até o final deste ano de Norte a Sul do país. Essa foi a mesma perspectiva lançada às vésperas do plantio de verão de 2012/13, uma safra de altos e baixos, marcada por novo recorde de produção graças à sorte dos principais estados produtores.

O Rio Grande do Sul foi castigado no início do ciclo, com seca, granizo e temporais. No final, houve regiões seriamente prejudicadas por falta de chuva em Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Bahia e Piauí. No Paraná e em Mato Grosso houve apenas estiagens localizadas.

As regiões que sofreram com seca em 2012/13 começam a tomar medidas preventivas para reduzir impactos climáticos. Entre as alternativas, está a substituição do milho por soja, já confirmada na região central de Santa Catarina. Na Bahia, produtores que vinham ampliando a área de soja em zonas de risco colocam o pé no freio.

A neutralidade climática remete à alternância de períodos de seca e de chuvas intensas – que nem sempre favorecem as regiões agrícolas. “Haverá curtos períodos com muita chuva e períodos maiores com pouca ou nenhuma precipitação”, avalia Luiz Renato Lazinski, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Ele explica que quando a situação é de neutralidade ou de La Niña (resfriamento das águas do Oceano Pacífico) há maior risco de quebras climáticas.

Plantio com chuva

Em 2012 essa condição prejudicou o início do plantio no Rio Grande do Sul, que sofreu com um período de estiagem seguido da incidência de chuvas de pedra. Marco Antonio Santos, da Somar Meteorologia, indica que o fato pode se repetir neste ano. “As frentes frias e massas de ar polar entram mais facilmente, o que favorece a ocorrência de granizo”.

Em relação à umidade, no entanto, ele avalia que o vai e vém do tempo deve diminuir na Região Sul, pelo menos em outubro, com chuvas bem distribuídas no auge do plantio. Já no Nordeste a estabilidade está prevista para novembro. “O início da safra será muito parecido com o do ano passado”, resume.

117,8 milhões de toneladas. Foi quanto o Brasil colheu de soja e milho no último verão. Volume 14% acima do ciclo anterior, de clima neutro, e 10% superior ao último ano de La Niña.


Fonte: Gazeta do Povo

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