Os modelos de previsão climática dos principais centros internacionais apontam para um El Niño de fraca intensidade e curta duração para o verão 2014/2015.
Não é descartada a possibilidade de que essa fase de aquecimento das águas do Pacífico equatorial não tenha intensidade suficiente para garantir a configuração plena do fenômeno, a exemplo do observado no verão 2012/2013.
Segundo o NOAA, a chance de um El Niño fraco para a virada de 2014 para 2015 é de 67%. Atualmente, a fase é de neutralidade climática.
- As simulações mantêm a previsão de El Niño, porém fraco e que não deve gerar as mesmas condições atmosféricas de outros anos, como em 2009, 2007, 1997 e 1983, anos de El Niño intenso - explica Celso Oliveira, da Somar Meteorologia.
O El Niño mais fraco contribui para reduzir o risco de episódios extremos. Porém, é possível muita variabilidade no comportamento das chuvas, o que é comum para uma região tropical.
- Vivemos uma gangorra climática. Cada hora chove em um canto do Brasil e não se vê períodos prolongados de seca - afirma Oliveira.
É durante o período do verão que ocorrem as fases mais críticas e a definição da produção das culturas agrícolas, em especial das lavouras de soja, milho, algodão e feijão. Para o Sul do Brasil e também Mato Grosso do Sul, o principal risco para as lavouras de verão está associado a períodos de menor quantidade de chuva e estiagens regionalizadas, principalmente entre dezembro e janeiro, o que coincide com o período em que as frentes frias atuam mais sobre o Sudeste e Nordeste do Brasil.
Segundo Oliveira, o período úmido vai se prolongar no Sul, mas já haverá uma diminuição dos volumes de chuva a partir de novembro. Para a colheita, que acontece em meados de fevereiro, há previsão de chuva acima da média. No entanto, serão episódios de chuva forte e de curta duração, o que não interrompe de vez os trabalhos de campo.
- Se fosse um El Niño forte, não haveria trégua das chuvas, aí sim verificaríamos sérios problemas - finaliza o meteorologista.
Enquanto isso, para as lavouras do Centro-Oeste e do Sudeste, que tem no verão a sua estação chuvosa, o risco está associado a alguns períodos chuvosos. Os modelos de previsão apontam um ligeiro aumento da concentração das chuvas entre janeiro e fevereiro, o que pode atrapalhar a fase final e a colheita. Mas este fato não representa risco de quebra de safra, porque não há previsão de períodos chuvosos extremos e duradouros, conhecidos na região como "invernadas".
Fonte: Canal Rural
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