Dezembro marca a transição da primavera para o verão. Com isso, espera-se que o mês tenha características mais parecidas com as da próxima estação, que começa no dia 21 de dezembro, às 7h02. Vale ressaltar que, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Noaa) dos Estados Unidos, em dezembro, o verão será marcado por La Niña, com chance até de intensificação, pois o pico do fenômeno está previsto para janeiro.
Diante desse cenário, dezembro pode ter chuva acima da média em praticamente toda a região Norte, com exceção do Tocantins. Também vai chover acima do normal em Goiás, Distrito Federal, sul da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. O estado de São Paulo está na divisa entre a chuva dentro da média e acima dela. Chuva abaixo da média deve ocorrer apenas na maior parte da região Sul, com exceção do leste de Santa Catarina e do Paraná, e também chove menos do que o esperado em parte do sul de Mato Grosso do Sul.
No Rio Grande do Sul e em parte de Santa Catarina, o mês começa com chuva, praticamente, durante os primeiros 10 dias, podendo ser bem forte em alguns dias. Porém, depois desse período, os dias de chuva serão poucos. Algumas cidades gaúchas e catarinenses até podem fechar dezembro com chuva dentro da média ou acima, mas será de forma muito pontual e não resolve o problema da estiagem que a região Sul vem enfrentando, afinal será chuva mal distribuída ao longo do mês.
No Sudeste, é o oposto: o mês começa com pouca chuva, mas depois a precipitação será mais frequente e volumosa, deixando os acumulados acima da média em praticamente toda a região.
Também que podemos ter a formação de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) ou de Zona de Convergência de Umidade (ZCOU), que é quando o corredor de umidade da Amazônia fica atuando por alguns dias consecutivos entre o Norte e o Sudeste do Brasil. Além desses dois sistemas, é comum também ter a ocorrência de Vórtice ciclônico de Altos Níveis (VCAN), que são ventos no sentido horário a mais de 10km de altitude e da Alta da Bolívia, que são ventos no sentido anti-horário a mais de 10km de altitude. Esses dois últimos fenômenos costumam provocar fortes temporais no Norte, Nordeste e até mesmo em parte do Centro-Oeste de forma bem pontual.
Em relação às temperaturas, dezembro será mais quente do que o normal na região Sul, no sul e oeste de Mato Grosso do Sul, no oeste de Mato Grosso, no sul de Rondônia e na faixa que vai do Amapá até o norte do Ceará. As altas temperaturas complicam ainda mais a situação da seca no Sul por conta dos reservatórios de abastecimento, de energia e até mesmo de agricultura. O consumo de água e de energia aumenta com altas temperaturas.
Temperaturas abaixo da média em dezembro apenas em Roraima, metade norte do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Zona da Mata Mineira devido ao excesso de nebulosidade.
Como foi novembro?
O mês de novembro foi marcado por chuvas fortes e generalizadas na região Norte e no Maranhão, com acumulados acima do normal. A cidade em que mais choveu até 25 de novembro, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foi Estreito (MA), com 443 milímetros, volume 224% acima do normal.
Belém (PA) foi a capital mais chuvosa do país, ocupando o segundo lugar no ranking absoluto de chuva acumulada mensal, com 430 milímetros. Com 386,8 milímetros registrados pela estação convencional do Inmet neste mês até o dia 25, Manaus (AM) teve o novembro mais chuvoso de toda a série histórica do instituto, que começa em 1961. Antes, o novembro mais chuvoso na capital do Amazonas havia sido registrado em 1989, com 326,4 mm.
De forma geral, houve chuva acima da média numa faixa desde o Amazonas até a Bahia, litoral paulista, Rio de Janeiro e Zona da Mata de Minas Gerais.
Por outro lado, o restante do país teve registro de chuvas abaixo do normal para um mês de novembro. Mesmo com chuva, o estado do Pará foi o campeão em novembro em número de queimadas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com 2.679 focos. Chama a atenção também a forte estiagem pelo qual passa a região Sul do Brasil, inclusive com regiões com desabastecimento de água.
Com relação à temperatura, as mínimas ficaram abaixo da média no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul do Paraná, inclusive com episódios de geadas no alto das serras. A mínima também ficou abaixo do normal em São Paulo, sul de Minas e em Mato Grosso do Sul. No restante do País, mínimas ficaram entre a média e ligeiramente acima dela.
Com relação às temperaturas máximas, fez mais calor do que o normal no interior gaúcho, no Centro-Oeste, norte de Santa Catarina, São Paulo, norte de Minas Gerais, sertão do Nordeste e faixa sul da região Norte.
Este padrão de frio mais frequente, pouca chuva no Sul e mais chuva na faixa Norte é característica dos meses de La Niña, fenômeno climático que atua neste momento no oceano Pacífico.
Fonte: Canal Rural
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