12
mar
2013
Valorizado, trigo força aumento na área de cultivo
Após três anos de recuo no Paraná – maior produtor nacional –, cultura recupera parte do espaço perdido
Igor Castanho
A sequência de três anos de recuo no cultivo de trigo começa a se inverter. Com um salto nos preços – no Paraná a alta é de 60% na comparação dos preços atuais com a média de março de 2012 – e políticas públicas favoráveis aos produtores, a triticultura volta à disputa por área. Segue em aberto qual será o tamanho da expansão no cultivo de inverno deste ano.
Em 2011/12, o cereal do pão ocupou 774 mil hectares no estado, tradicionalmente o maior produtor nacional. A queda foi de 26% em relação à área da safra anterior. Rio Grande do Sul cultivou 200 mil hectares a mais que o Paraná, com expansão de 5%, mas acabou colhendo 1,8 milhão de toneladas devido a problemas climáticos – 300 mil toneladas a menos do que a safra paranaense. No final das contas, a produção nacional foi 26% menor, limitando-se a 4,3 milhões de toneladas.
Diante de um cenário de quebra nos principais países produtores de trigo, como Rússia e Argentina, a oferta foi comprimida e os preços alavancados no último ano. Em fevereiro, a média paga ao produtor no Paraná foi de R$ 39,84 por saca, conforme a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Doze meses antes, o valor era de R$ 23,43. A variação foi de 70%. Na comparação do preço atual (R$ 39,50/sc) com a média de março de 2012, a variação é de 60%.
O reajuste dos preços mínimos, anunciado na semana passada pelo governo federal, assegura aumento no cultivo, avalia Hugo Godinho, técnico da Seab. “O problema do trigo muitas vezes acaba sendo mais de liquidez do que de preço. Com uma garantia para os custos variáveis, pode haver reflexos na área”, avalia. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) elevou em 5,99% o índice de pagamento mínimo pelo cereal, para R$ 531,00 por tonelada.
A Seab estima que a triticultura ocupe 827 mil hectares neste inverno no Paraná (+7%).“Alguns produtores ainda não planejaram a produção, então o valor tende a subir”, relata Godinho. Ele salienta que as regiões Oeste, Centro-Oeste, Sudoeste e Sul do estado devem puxar o aumento de área plantada.
Para a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), o fato do Plano Safra de Inverno ter sido anunciado antes da época de plantio favorece o ganho de área. “O lançamento é oportuno, pois no ano passado o anúncio foi tardio, quando muita gente já havia plantado”, disse Robson Mafioletti, assessor técnico-econômico da Ocepar.
O trigo não compete necessariamente com o milho de inverno. Nos cálculos da Seab, o trigo tem 1,9 milhão de hectares utilizáveis, área que hoje é ocupada apenas com cobertura verde. “Mesmo se o trigo voltasse a ocupar 1 milhão de hectares não haveria impacto no milho segunda safra. Tem área de sobra”, avalia Eugênio Stefanello, técnico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Paraná.
Igor Castanho
A sequência de três anos de recuo no cultivo de trigo começa a se inverter. Com um salto nos preços – no Paraná a alta é de 60% na comparação dos preços atuais com a média de março de 2012 – e políticas públicas favoráveis aos produtores, a triticultura volta à disputa por área. Segue em aberto qual será o tamanho da expansão no cultivo de inverno deste ano.
Em 2011/12, o cereal do pão ocupou 774 mil hectares no estado, tradicionalmente o maior produtor nacional. A queda foi de 26% em relação à área da safra anterior. Rio Grande do Sul cultivou 200 mil hectares a mais que o Paraná, com expansão de 5%, mas acabou colhendo 1,8 milhão de toneladas devido a problemas climáticos – 300 mil toneladas a menos do que a safra paranaense. No final das contas, a produção nacional foi 26% menor, limitando-se a 4,3 milhões de toneladas.
Diante de um cenário de quebra nos principais países produtores de trigo, como Rússia e Argentina, a oferta foi comprimida e os preços alavancados no último ano. Em fevereiro, a média paga ao produtor no Paraná foi de R$ 39,84 por saca, conforme a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Doze meses antes, o valor era de R$ 23,43. A variação foi de 70%. Na comparação do preço atual (R$ 39,50/sc) com a média de março de 2012, a variação é de 60%.
O reajuste dos preços mínimos, anunciado na semana passada pelo governo federal, assegura aumento no cultivo, avalia Hugo Godinho, técnico da Seab. “O problema do trigo muitas vezes acaba sendo mais de liquidez do que de preço. Com uma garantia para os custos variáveis, pode haver reflexos na área”, avalia. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) elevou em 5,99% o índice de pagamento mínimo pelo cereal, para R$ 531,00 por tonelada.
A Seab estima que a triticultura ocupe 827 mil hectares neste inverno no Paraná (+7%).“Alguns produtores ainda não planejaram a produção, então o valor tende a subir”, relata Godinho. Ele salienta que as regiões Oeste, Centro-Oeste, Sudoeste e Sul do estado devem puxar o aumento de área plantada.
Para a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), o fato do Plano Safra de Inverno ter sido anunciado antes da época de plantio favorece o ganho de área. “O lançamento é oportuno, pois no ano passado o anúncio foi tardio, quando muita gente já havia plantado”, disse Robson Mafioletti, assessor técnico-econômico da Ocepar.
O trigo não compete necessariamente com o milho de inverno. Nos cálculos da Seab, o trigo tem 1,9 milhão de hectares utilizáveis, área que hoje é ocupada apenas com cobertura verde. “Mesmo se o trigo voltasse a ocupar 1 milhão de hectares não haveria impacto no milho segunda safra. Tem área de sobra”, avalia Eugênio Stefanello, técnico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Paraná.
Fonte: Gazeta do Povo