O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do Paraná em 2015, conforme dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA), totalizou R$ 62,96 bilhões, registrando crescimento de 4,1% em relação ao valor de 2014. O crescimento do VBP das lavouras foi de 4,3% totalizando R$ 39,01 bilhões e da pecuária foi de 3,8% no valor de R$ 23,95 bilhões.
Conforme informações do MAPA, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento. Calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária, e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil, o valor real da produção, descontada a inflação, é obtido pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Sua Periodicidade é mensal com divulgação até o dia 15 de cada mês.
O Paraná respondeu por 12,6% do VBP total nacional em 2015, sendo o terceiro estado com maior VBP, antecedido por Mato Grosso (R$ 66,95bilhões) e São Paulo (R$ 66,30 bilhões).
Tiveram as maiores participações no VBP paranaense em 2015, respectivamente: soja (29,6%), frango (23,9%), milho (9,8%), cana-de-açúcar (5,4%), bovinos (4,9%), leite (4,3%), trigo (3,6%) e suínos (3,54%). Destes, registraram variações negativas em relação a 2014, milho, cana-de-açúcar, leite e trigo. O café, batata-inglesa e cebola registraram os maiores crescimentos, em função de quebras de safras no ano anterior.
SOJA: maior participação no VBP em 2015
O VBP da soja em 2015 totalizou R$ 18,63 bilhões, representando 29,6% do VBP total paranaense. A participação de 29,6% cresceu em relação à participação média de 26,4% dos últimos nove anos.
Em relação a 2014, o VBP da soja cresceu 11% o que é explicado pelo aumento de 16% na produção paranaense na safra 2014/15 e pelo preço, que encontrou sustentação na desvalorização da moeda nacional, apesar da queda do preço internacional em dólares.
Em 2015, o preço médio em dólares da soja foi de US$ 20,74 por saca, ou 22% inferior ao registrado em 2014 de US$ 26,83 por saca. Com a desvalorização do real, o preço médio anual recebido pelo produtor em 2015 foi de R$ 61,50 por saca, ou 4% maior que a média anual de 2014, que foi de R$ 59,03 por saca. O preço máximo registrado em 2015 recebido pelos produtores no Estado foi de R$ 70,00 por saca em relação ao preço máximo de R$ 64,00 por saca em 2014, a partir de dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB).
MILHO – 3º maior VBP
O VBP de R$ 6,15 bilhões do milho, em terceiro lugar como maior VBP do Estado, reduziu 9,4% em relação ao ano passado. A participação do milho no VBP do Estado foi de 9,8% reduzindo em relação à participação do ano anterior e em relação à média dos últimos nove anos (13%).
A produção total de milho no Estado, considerando safra de verão e inverno, totalizou 16 milhões de toneladas, com redução de 15% na produção da primeira safra e aumento de 10% na produção de segunda safra.
Na comercialização da primeira safra, os meses com maior volume comercializado foram fevereiro, março e abril totalizando 63% com uma média de preço recebido pelos produtores no Paraná de R$ 21,00 por saca de 60kg. Na safra anterior, nestes mesmos meses, foi comercializado o percentual de 48% e com uma média de preço maior, de R$ 22,44 por saca.
TRIGO – 7º maior VBP
O VBP do trigo em 2015 totalizou R$ 2,3 bilhões reduzindo 13,3% em relação ao ano anterior, com participação de 3,6% no VBP total do Estado. A participação média da cultura do trigo no VBP do Paraná nos últimos 9 anos é de 3,8%, portanto se manteve na média em 2015.
A produção estadual de trigo na safra 2015 teve redução de 13%, devido à redução de área plantada de 4% e à produtividade 9% menor que no ano anterior. O excesso de chuvas no mês de julho na região Oeste, o veranico prolongado em agosto e chuvas durante o mês de novembro em todo o Estado influenciaram negativamente na quantidade e na qualidade do cereal.
O preço médio anual recebido pelo produtor até dezembro foi de R$ 34,04 por saca ficando 7% abaixo dos R$ 36,66 por saca do ano anterior. Os custos de produção subiram em algumas regiões, principalmente devido ao aumento de aplicações de produtos para controlar doenças fúngicas que se desenvolveram com a umidade excessiva, reduzindo a margem de renda ou apresentando prejuízos com a cultura.