Uma unidade de monitoramento de doenças da soja está ajudando os produtores rurais de Engenheiro Beltrão a reduzir os custos de produção. A ação é continuidade ao monitoramento da ferrugem asiática. O trabalho é desenvolvido pelo Instituto Emater em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), Embrapa/Soja, prefeitura local, uma rádio da cidade, além de agricultores.
O engenheiro agrônomo do Instituto Emater, Claudinei Antonio Minchio, explica que o trabalho faz parte da programação do município dentro do Projeto Grãos, e tem como meta definir o momento exato em que os produtores deverão entrar na lavoura para realizar as primeiras aplicações de fungicida para o controle dessa importante doença. Ele diz que as orientações são repassadas aos agricultores por meio de um programa de rádio.
O trabalho está em sua quarta safra consecutiva, sendo que para esta há uma inovação no fluxo de informações que serão disponibilizadas aos agricultores. O agrônomo ressalta que por meio da parceria firmada, a unidade da Emater de Engenheiro Beltrão está fazendo as leituras das lâminas de microscopia utilizadas nos coletores de esporos. “Com isso, ao invés de se enviar as lâminas para Londrina, onde anteriormente eram lidas, o técnico da unidade municipal, devidamente capacitado, poderá detectar ele mesmo a presença ou não dos esporos do fungo”, destaca. “Isso faz com que a agilidade de informações seja bem maior e o custo diminui para as instituições envolvidas”, acrescenta.
Minchio observa que o monitoramento de esporos tem demonstrado ser um grande trunfo na mão de técnicos e produtores no sentido de se utilizar racionalmente os fungicidas para o controle de ferrugem. Ele comenta que na safra de 2007/2008 e 2008/2009, não houve necessidade de aplicações, devido à chegada tardia dos esporos. “Já na safra 2009/2010, devido ao fato de ser um ano chuvoso e os esporos terem chegado no mês de dezembro, grande número de produtores na região fizeram de três a quatro aplicações de fungicidas, enquanto que na unidade de monitoramento de Engenheiro Beltrão, foram realizadas duas aplicações e controle adequado da doença, utilizando-se inclusive fungicida de baixo custo.”
Ainda de acordo com o extensionista, esta é uma etapa importante do trabalho, uma vez que haverá uma maior descentralização do trabalho, visto que além de Engenheiro Beltrão, o Instituto terá as Unidades de Goioerê e Cascavel com a mesma tarefa de reconhecimento dos esporos.