O preço do trigo acompanhou a tendência geral dos grãos e subiu 80% durante o ano de 2020, passando de R$ 850,00/tonelada e chegando a R$ 1.350,00/t, embora feche o ano a R$ 1.300,00/t, por pressão da colheita, mas com forte viés de alta para o primeiro semestre de 2021. A informação foi divulgada pela TF Agroeconômica.
As razões que fizeram o trigo subir foram:
a) Escassez de matéria-prima, com a quebra de 1,0 milhão de toneladas na produção do Rio Grande do Sul e de 800 mil toneladas no Paraná, potencializada por estoques iniciais extremamente baixos;
b) Aumento da demanda por farinhas durante a pandemia. Com as famílias ficando mais em casa o aumento da produção de quitutes, pães e bolos foi inevitável, assim como a concessão de cestas básicas aumentou a demanda por farinha de pacote, macarrão e biscoitos no período;
c) Forte aumento anual de 29,37% do dólar, que aumentou consideravelmente os preços do trigo importado e das farinhas argentinas e que foi outro fator importante na explosão dos preços do trigo em 2020, porque puxou a cotação do trigo nacional proporcionalmente para cima.
Para 2021 a tendência dos preços é de:
a) Fixar um piso ao redor de R$ 1.380,00/t FOB inicial; b) Provavelmente subir para R$ 1.400,00/t FOB ainda em janeiro, diante da greve dos portos na argentina, que atrasou um mês a entrega de 308 mil toneladas de trigo daquele país, que deverá provocar aumento da demanda por trigo nacional;
c) Elevação paulatina ao redor de R$ 50,00/t/mês até R$ 1.700,00/t no primeiro semestre de 2021;
d) Estes preços altíssimos, que incluem lucro de 23,17% sobre os custos totais de produção deverão aumentar a área plantada para 2021 e, com isto, existirá a possibilidade de o preço cair no segundo semestre, a partir da segunda quinzena de agosto em diante. No mercado internacional, tudo vai depender do que acontecer como trigo de inverno no Hemisfério Norte, que só será conhecido a partir de março, quando começar o degelo da neve.
Fonte: Agrolink
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