14
dez
2010
Trigo: mercado ainda sem movimentação esperando as compras de janeiro

 

Esta semana, as primeiras informações coletadas ainda dão conta de um mercado travado na comercialização, sem ofertas maiores por parte dos moinhos e sem sinais de que o produtor comece a ceder a propostas de valores menores que os R$ 477,00/ton de referência.

A projeção é que este cenário não se altere até o final de janeiro, já que teremos ainda algo em torno de seis leilões de PEP realizados, se considerarmos as interrupções de final de ano.

Há algum tempo temos salientado que só após garantido o escoamento de um volume em torno de 2 milhões de toneladas é que o mercado poderia começar a esboçar uma reação, ou melhor, começar a efetivamente praticar os preços indicados nas pretensões de venda, que estão bem distantes das de compra.
 
Tanto no Paraná quanto no Rio Grande do Sul, os preços próximos dos valores mínimos indicados pelo governo são meramente ilustrativos, ou nominais, sem que negócios estejam efetivamente sendo concretizados.

As poucas compras comparadas com a grande oferta disponível só acontecem se os produtores admitem receber valores bem inferiores ao preço mínimo, que no Rio Grande do Sul seria valores oscilando entre R$ 400,00 a R$ 420,00/ton e no Paraná de R$ 440,00 a R$ 460,00/ton.

Ou seja, os produtores que por necessidade de caixa estão comercializando seus estoques de trigo, estão aceitando deságios de 16% a 3,6% nos valores recebidos.
 
Além disso, a concretização desta perspectiva de alta está sendo subsidiada pelo aumento dos preços de exportação nos três países do Mercosul, que já estão proporcionando após um período de forte pressão, uma boa paridade de importação a favor do trigo nacional, exceto por casos excepcionais como nas regiões de fronteira, para as quais o custo do frete é baixíssimo e acaba compensando.

Assim, como a perspectiva é que os atuais níveis de preço do trigo nas Bolsas americanas seja mantido, o cenário externo está consolidando-se favorável, restando apenas continuar o sucesso no escoamento do excedente de produção para longe da região Sul do país.

Fonte: AF News - Notícias Agrícolas

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