Pesquisas iniciais sobre as intenções de plantio para a próxima safra de trigo (2016/2017) apontam que, apesar dos problemas das duas últimas temporadas, há disposição dos produtores de apostar novamente no cereal de inverno. A análise é feita pela Consultoria Trigo & Farinhas.
De acordo com a agência, todas as informações que a meteorologia disponibilizou até o momento informam que o El Niño deverá trazer muita chuva no plantio (entre março e maio) e muito frio e seca no inverno (junho a agosto). “Isto seria o clima ideal para o trigo, porque favoreceria uma boa produtividade e boa qualidade, desde que também utilizem boa tecnologia”, afirma a T&F.
“Esta boa tecnologia está sendo facilitada pelas trocas de barter (de insumos por produtos) feitas por algumas cerealistas no Rio Grande do Sul e cooperativas no Paraná, já que o financiamento oficial está mais curto nesta temporada, devido às dificuldades do governo federal (há coisas que vem para melhor, porque o barter é, de longe, muito melhor do que o financiamento)”, complementa a Consultoria.
Já sob o aspecto do preço, as perspectivas não são alentadoras, no momento. O acompanhamento diário feito pela Consultoria Trigo & Farinhas mostra que os preços líquidos atualmente disponíveis (de R$ 35,64/saca) fecharam a semana 9,77% inferiores aos preços atuais praticados no Paraná (mas 6,04% superiores aos preços atuais no Rio Grande do Sul) e -10,9% inferiores aos custos variáveis de produção. O lucro desta safra deverá estar, então, na produtividade (os custos são calculados sobre uma produtividade média de 40 sc/ha, mas não é raro se conseguir 45, 50 ou até 55 sacas por hectare) e não no preço da saca em si.
"Mas, deve-se registrar que os preços barter do trigo para a próxima safra já estiveram por várias semanas entre R$ 50,00 e R$ 56,00/saca durante o ano de 2015, embora quase ninguém tenha se dado conta disto e, consequentemente, não foram aproveitados. Isso poderia ter garantido a lucratividade de toda a safra de trigo, independentemente da qualidade colhida e revela o longo caminho que o Trading ainda tem que percorrer no Brasil para incorporar as tecnologias de comercialização já disponíveis", conclui o analista sênior da T&F, Luiz Carlos Pacheco.
Fonte: Agrolink
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