Na avaliação do analista sênior da Consultoria Trigo & Farinhas, Luiz Carlos Pacheco, a Conab terá de promover mais leilões de trigo se quiser atingir os objetivos declarados – aumentar os preços internos e aquecer o mercado doméstico. Segundo ele, porém, seria necessário ampliar a meta de escoamento para algo em torno de 850 a 950 mil toneladas. 

“Se nos fixarmos em 750 mil toneladas declaradas pelo governo como objetivo de escoamento de trigo no RS (insuficiente, como já falamos várias vezes, para aquecer o mercado local, teria que ser pelo menos mais 100-200 mil tons), então ainda faltariam 123.800 toneladas para atingir este objetivo. No entanto, está marcado apenas mais um leilão, por enquanto e, pelos volumes oferecidos neste ano, nenhum atingiu esta quantidade, então talvez sejam necessários dois leilões”, explica. 

O leilão de trigo promovido pela Conab nesta última quarta-feira (25.01) conseguiu 85,7%, ou 72 mil das 84 mil toneladas, ofertadas no PEPRO e 14% (ou 4,2 mil das 30 mil toneladas no PEP) - ambas apenas no Rio Grande do Sul. Não houve adesão no Paraná nem em Santa Catarina, que possuem resultados iguais ou melhores no mercado físico.