“As safras que ainda faltam colher na América do Sul, do Uruguai e da Argentina, estão apresentando excelentes rendimentos, mas, com detrimento do conteúdo proteico. Esta é a principal conclusão do acompanhamento das lavouras desta semana, a partir dos relatos dos técnicos das cooperativas uruguaias e das Bolsas de Cereais da Argentina”, afirma boletim da Consultoria Trigo & Farinhas.
“Na Argentina, pelas excelentes condições de enchimento do trigo não se esperava uma má ou apenas regular qualidade de grão. Mas, as primeiras análises mostram porcentagens de proteínas que não chegam a 10%, glúten de 22 a 24% e pesos hectolítricos muito variáveis. À escassez de nitrogênio aplicado e a 'lavagem' do solo pelas chuvas de agosto se somaram as chuvas nas etapas finais de enchimento de grãos, desta vez 'lavando' as proteínas”, aponta a publicação.
De acordo com o analista sênior da T&F, Luiz Carlos Pacheco, a “mesma situação é descrita no Uruguai, onde a produtividade em algumas áreas subiu de 3.000 para 4.000 quilos/hectare, mas o percentual de proteína caiu para 10% ou menos, afetado pelas mesmas. Como a colheita ainda não terminou, ambos os países ainda poderão ter problemas de fusarium se as chuvas continuarem durante o mês de dezembro, como promete a meteorologia, exatamente como aconteceu no Rio Grande do Sul, nesta temporada. Se isto efetivamente ocorrer, os preços no Continente poderão ter alta expressiva nos próximos 30 dias”.