A última reunião da Câmara Setorial de Cereais de Inverno do Paraná compilou 40 reivindicações a serem enviadas ao Ministério da Agricultura nos próximos dias. Uma das principais reivindicações discutidas e aprovadas é a solicitação de aumento de 16% no Preço Mínimo pago ao produtor.
A reunião foi marcada pelo alerta em função da perda de área do cereal de inverno no Paraná. “Apesar de ser o estado que mais produz trigo e com a melhor qualidade do país, o plantio vem perdendo terreno para o milho safrinha a cada ano, colocando em risco os grandes investimentos feitos em moinhos e as autoridades envolvidas estão preocupadas”, relata o analista sênior da Consultoria Trigo & Farinhas, Luiz Carlos Pacheco.
Para estimular o plantio do trigo no Paraná, incrementar o abastecimento e aumentar a competitividade da cultura, foi sugerido ainda uma linha de financiamento para a construção de estruturas de armazenamento. Também entrou na pauta a regionalização do plantio, além de um plano bianual para a cultura, ajudando o agricultor no planejamento da safra.
O diretor da Câmara Setorial, Ivo Carlos Arnts Filho salientou que é preciso também fazer a segregação já no plantio, plantando as sementes adequadas, em linha com o desejo dos moinhos e das indústrias, para estabelecer a cadeia de produção e comercialização do cereal. O desejo do consumidor e o da indústria são duas questões que precisam ser consideradas na hora de o produtor escolher a variedade que vai plantar.
De acordo com Pacheco, outro gargalo enfrentado no setor é a falta de armazéns nas regiões produtoras. “Por isso, a câmara pede que a construção de novos espaços seja fomentada. A safra de 2016 está com mais de 3/4 da área colhida, devendo encerrar essa fase até dezembro. A produção paranaense deverá alcançar 3,27 milhões de toneladas e 30% já foram comercializados. Embora a área de plantio tenha diminuído, a produtividade cresceu. A única preocupação no momento é com as últimas chuvas, que podem prejudicar a qualidade dos grãos, pois a colheita vai até dezembro”, conclui.