O ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, anunciou que o país autorizará produtores locais a exportar 1,5 milhões de toneladas de trigo. Aproximadamente 500 mil toneladas poderão ser exportadas imediatamente. O milhão remanescente será liberado gradualmente, de acordo com Kicillof.
A Argentina encara escassez do grão e o governo tenta controlar a inflação apenas autorizados a exportação em momentos oferta maior do produto, informa o Blog AgroSouth News. O Brasil, maior vizinho e parceiro comercial do país, também tem tido problemas de oferta. No ano passado, o Brasil importou um recorde de trigo dos Estados Unidos.
Mas mesmo com os anúncios do governo argentino, expertos acreditam que a quantidade liberada pelo governo argentino não será suficiente para alimentar a fome do Brasil. "Talvez moinhos de Minas Gerais e de São Paulo comprarão trigo da Argentina, ao invés de comprar do Rio Grande do Sul e do Paraná. Essa é a única coisa que pode frear uma subida de preços. O Brasil tende a continuar importando dos Estados Unidos porque a Argentina provavelmente só suprirá a demanda brasileira por três meses", analisou Luiz Pacheco, editor do boletim Trigo & Farinhas.
Lawrence Pih, presidente do moinho Pacífico e conselheiro da Abitrigo, disse em entrevista à Reuters que em 2014 o Brasil importará de novo mais trigo dos EUA do que da Argentina. "A Argentina é cautelosa demais. Nós trabalhamos com uma estimativa de 10 milhões de toneladas de fornecimento externo para o Brasil, mas a Argentina só pode colocar de 2.5 a 3 milhões de toneladas aqui", revelou Pih.
A previsão do governo argentino é de uma produção de 9,2 milhões de toneladas de trigo em 2014. Já a estimativa mais recente do USDA é de uma produção argentina de 10,5 milhões de toneladas.