Principal órgão de assessoramento científico dos Estados Unidos, a Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina anunciou nesta terça-feira (17.05) o resultado da maior pesquisa já realizada sobre o impacto dos organismos geneticamente modificados (OMG). A conclusão é de que “não há evidências de aumento na incidência de câncer, obesidade, doença hepática, autismo, doença celíaca ou alergias alimentares” com o consumo de transgênicos.
O relatório derruba diversos mitos e especulações propagados por grupos ativistas, políticos e ideológicos. A análise foi conduzida por 50 cientistas, que elaboraram um relatório de mais de 400 páginas mediante consulta a milhares de estudos científicos compilados nos últimos 29 anos de aplicação da biotecnologia. Nenhum dos profissionais é vinculado a qualquer empresa do setor.
A pesquisa da Academia Nacional norte-americana aponta que “não há evidência conclusiva de uma relação de causa e efeito entre culturas transgênicas e problemas ambientais”. Afirma que as variedades geneticamente modificadas podem misturar-se no campo com as convencionais, mas que isso não configura qualquer problema e não ameaça a biodiversidade – podendo, em alguns casos, até aumentá-la. Além disso, a utilização da biotecnologia resistente a insetos reduziu a aplicação de defensivos químicos.
A pesquisa conclui que os trangênicos, no final das contas, são economicamente favoráveis ao produtor rural. No entanto, ressalva que não encontrou evidências de aumento do rendimento em culturas como milho, soja e algodão. Também a resistência de algumas variedades transgênicas aos herbicidas foi apontada como um “problema de primeira ordem” a ser solucionado.
“A conclusão, depois de ler o relatório, é que as plantas transgênicas são mesmo... apenas plantas. Elas não são a panaceia que clamam alguns proponentes nem o temível monstro apontado por outros”, comentou Wayne Parrott, professor de Ciências do Solo da Universidade da Georgia ao jornal The New York Times.