07
jul
2010
Soja Louca será debatida em Mato Grosso

 

A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) realizam uma Rodada de Discussão sobre a Soja Louca, com cerca de 30 especialistas ligados a instituições de pesquisa, universidades, empresas de consultoria e representantes de produtores, no próximo dia 8 (quinta-feira), entre 8h e 12h, na sala de reuniões da FAMATO, em Cuiabá (MT).

De acordo com o chefe de pesquisa da Embrapa Soja, José Renato Bouças Farias, a Soja Louca é uma anomalia complexa que pode estar associada a vários fatores. “A idéia é estabelecermos um protocolo de pesquisa, que possa auxiliar os pesquisadores no melhor entendimento sobre o problema, para que posteriormente possamos orientar a tomada de decisões a campo”, diz.

O objetivo do evento é que cada participante apresente as informações existentes até o momento sobre a Soja Louca, problema de causa desconhecida que provocou prejuízos econômicos a algumas regiões produtoras de soja, principalmente na região norte de Mato Grosso. Em virtude do desconhecimento sobre as causas do fenômeno, plantas de soja com sintomas de haste verde e retenção foliar, tanto em reboleiras quanto em distribuição espacial uniforme, vem sendo denominadas entre os produtores de Soja Louca.

“Estaremos reunindo os maiores especialistas do país, porque a Soja Louca já causou sérios problemas na safra 2009/2010 em Mato Grosso. Por isso, esse encontro é uma iniciativa importante que vem atender a uma demanda do produtor”, afirma o presidente da Aprosoja Glauber Silveira da Silva. Segundo ele, no estado, principalmente na região Norte, houve relatos de perdas localizadas, mas que mostram que, onde foi registrada a Soja Louca, a ocorrência foi severa. De acordo com dados da Aprosoja, há indicações de perdas de 100 a 200 hectares por propriedade atingida.

Sintomas – Segundo os pesquisadores Embrapa, os sintomas observados são o afilamento das folhas do topo das plantas e o engrossamento das nervuras. As folhas apresentam uma tonalidade mais escura em relação às sadias. As hastes exibem deformações e engrossamento dos nós. As vagens também apresentam deformações, redução do número de grãos e apodrecimento de grãos.

Plantas com problemas registram alto índice de abortamento de flores e vagens. Esse abortamento é mais intenso na parte superior das plantas, diminuindo em relação à base, o que impede o processo natural de maturação, fazendo com que a planta permaneça verde no campo, fenômeno conhecido como Soja Louca.

Pesquisadores levantaram várias hipóteses para entender a origem do problema como: efeito de herbicidas; sistemas de semeadura e de produção; a presença de vírus em plantas com Soja Louca; altas temperaturas; pragas e distúrbios fisiológicos e nutricionais. “No entanto, o desconhecimento sobre as reais causas e condições que provocam esses sintomas ainda não permite o estabelecimento de medidas de controle efetivas”, explica Farias.

A Aprosoja e a Embrapa Mato Grosso promovem outra Rodada de Discussão sobre a Soja Louca, com produtores e técnicos, no dia 9 de julho, sexta-feira, a partir das 8h, no Sindicato Rural de Sinop. “Pretendemos trazer as informações que obtivermos na reunião de Cuiabá a um público mais amplo em Sinop”, explicou o chefe de comunicação e negócios da Embrapa Mato Grosso, Lineu Domit. “E se for possível subsidiar trabalhos práticos em propriedades com ocorrência do problema em safras anteriores”.

Durante a Reunião de Pesquisa de Soja, a ser realizada nos dias 10 e 11 de agosto, em Brasília, haverá também um painel entre assistência técnica e pesquisadores para debater todos os aspectos relacionados à ocorrência do problema. As informações são de assessoria de imprensa.

Fonte: Agrolink

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