14
dez
2010
Soja louca 2: Produtores em alerta

 

Se já não bastasse a preocupação com a ferrugem asiática, os nematóides e outras pragas, os sojicultores agora também estão atentos à soja louca 2 que, segundo o gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Luiz Nery Ribas, ainda não pode ser classificada, já que nada se sabe ainda sobre a doença. "Queremos deixar claro que não precisamos nos desesperar quanto a um possível surto. O que o produtor tem que fazer e se precaver". Segundo ele, como na safra passada, onde aconteceram alguns casos isolados em determinados talhões de lavouras na região Norte do Estado, onde se teve a presença da doença, apareceram também este ano.

Na última sexta-feira (10) o gerente técnico da Aprosoja estava no município de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá), onde também surgiram indícios da soja louca 2. Segundo ele, Aprosoja está atenta a essa questão, pois está orientando os produtores a se anteciparem e buscar respostas para a possibilidade da incidência da doença, além de monitorar sua lavoura o tempo todo. A princípio, foram coletadas amostras também nos municípios de Cláudia e Vera, que já foram enviadas para análise no laboratório da Embrapa Goiânia (GO), que está fazendo um trabalho em parceria com Mato Grosso. Já que soja louca 2 ainda é uma doença desconhecida, pois não se sabe a origem nem como lidar com ela, daí a importância das pesquisas.

Segundo Nery, em julho deste ano, pesquisadores da (Embrapa), de universidades, institutos de pesquisas, engenheiros agrônomos da Aprosoja e de empresas parceiras formaram um grupo de trabalho para estudar e realizar ações de combate à soja louca 2. Contudo, a princípio o que se tem que fazer é monitorar.

A anomalia que está sendo chamada por pesquisadores e produtores de soja louca 2 faz com que a planta não produza vagens, o que a impede de concluir seu ciclo. As hastes ficam deformadas, as folhas escurecem e a planta não produz grãos, fica vegetando e não amadurece. Assim, além de reduzir a produtividade, a anomalia afeta a qualidade dos grãos, porque a planta atacada que consegue produzir vagens dá grãos podres ou mal formados.

Segundo Luiz Nery Ribas, o nome de soja louca 2 é uma referência ao problema da soja louca, que surgiu nas lavouras há muitos anos e que apresentava sintomas semelhantes. Onde a soja não amadurecia e não acompanhava o ciclo de uma planta sadia. Contudo, comprovou-se que a causa da soja louca era um percevejo, que hoje está controlado. Os sintomas da soja louca 2 são idênticos aos da soja louca, mas a diferença é que, agora, a planta fica estéril.


Fonte: Gazeta Digital

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