11
abr
2011
Soja contradiz relatório e fecha com forte alta

As cotações da soja registraram sólidos ganhos nos futuros de Chicago nesta sexta-feira. Contrariando as expectativas negativas geradas pelo  relatório de oferta e demanda de abril – divulgado pelo USDA logo pela manhã da sexta-feira – o mercado reagiu voltando-se aos seus fundamentos mais claros: baixos estoques, sobretudo nos EUA e incertezas sobre se a próxima safra será capaz de devolver um abastecimento mais tranquilo no médio e longo prazo.

Parte dos investidores também realizou grande volume de operações inversas de spread entre soja e milho. No decorrer dos últimos dias, a tendência generalizada, neste tipo de operação, era compra de milho e venda de soja. Alta no mercado do petróleo e queda do dólar contra as principais moedas também favoreceram a soja.

O relatório de oferta e demanda não trouxe maiores alterações em relação ao mês de março. Os estoques finais, porém, eram aguardados em queda, já que na semana anterior, ao divulgar os estoques existentes em primeiro de março, o USDA reportou números abaixo daqueles esperados pelos traders.

De acordo com o USDA, em seu quadro de oferta e demanda para a temporada 2010/11, os estoques finais dos EUA estão projetados em 3,81 milhões de tons para o fim do ano agrícola, 31 de agosto – mesmo número estimado em março.

Apesar de o mercado aguardar pelo menos 200 mil tons a menos, este número é dos mais apertados da história, considerando-se a disponibilidade em relação ao período de consumo. Houve pequena redução das exportações e do esmagamento interno, cerca de 0,4 milhão de tons.

Este volume foi absorvido pela rubrica “residual” – que funciona como uma conta de ajustes. No mais, o USDA elevou a produção brasileira em 2,0 milhões de tons, para 72,0 milhões de tons, em linha com diversas consultorias brasileiras.

A produção mundial, em conseqüência, foi ajustada para quase 261,0  milhões de tons. Os estoques finais mundiais sobem na mesma proporção, para 60,94 milhões de tons.

Os outros mais importantes números permanecem inalterados em relação ao mês anterior: produção argentina, 49,5 milhões de tons; importações chinesas, 57,0 milhões de tons e importações da União Européia, 14,0 milhões de tons.

De certa forma, o incremento da produção sul-americana acaba aliviando as pressões sobre os baixos estoques previstos para os EUA, sobretudo no que concerne ao abastecimento dos grandes importadores que passam a se concentrar em aquisições no Brasil e na Argentina.

Enquanto isto, a colheita da safra brasileira de soja chega a 77%, mesmo percentual registrado na mesma semana de 2010. Os principais estados produtores, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, estão na fase final de colheita, com mais de 90% dos trabalhos já realizados.

Rio Grande do Sul está com 47%. O levantamento é da consultoria Safras & Mercado. Ainda, de acordo com Safras & Mercado, 58% da safra brasileira já está comercializada, contra 43% da mesma época do ano passado e 45% de média histórica para o período.

A posição maio fechou a U$ 13,9175, alta de 28,25 cents/bu e a posição julho, a U$ 14,0325, ganhos de 27,75 cents/bu.

Mercado interno – A semana passada terminou com baixa movimentação, porém com algumas perspectivas melhores com a retomada dos ganhos na CBOT e certa melhora dos prêmios portuários.

A taxa de câmbio, porém, segue ainda mais pressionada, tendo atingido o menor patamar desde agosto de 2008. Indicações de compra em Paranaguá entre R$ 47,00 e R$ 47,80 e, no oeste do estado, entre R$ 43,00 e R$ 43,50 por saca, dependendo da localização do lote, do prazo de pagamento e do período de armazenagem.

Fonte: Granoeste Corretora de Cereais e Sementes

Volte para a Listagem