As posições mais negociadas, por volta de 12h50 (horário de Brasília), subiam entre 8,25 e 9,25 pontos, levando o novembro/16, que é referência para a nova safra americana, a ser cotado em U$S 9,64 por bushel. Na máxima do dia, o contrato já chegou a bater nos US$ 9,67.
O mercado sente um pouco da falta de novidades fortes e já conhece os impactos trazidos pelas atuais condições de clima do Meio-Oeste americano, que têm permitido um excelente desenvolvimento da nova safra de grãos dos EUA. Assim, se apoia na recompra de parte de posições por parte dos fundos, além da correção técnica na sequência das últimas baixas e nas últimas informações de demanda pela soja dos EUA, que tem sido bastante fortes nos últimos dias.
"O mercado vai ver a disputa entre as exportações fortes dos EUA e o potencial crescente da nova safra", diz Tobin Gorey, diretor de estratégia agrícola do Commonwealth Bank of Australia em entrevista à Reuters. Nos últimos cinco dias de mercado, as novas vendas americanas passam de 2 milhões de toneladas.
E nesta quinta-feira, uma nova venda foi anunciada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de mais 252 mil toneladas da safra 2016/17 para a China. No acumulado desta semana, somente, as vendas americanas da oleaginosa já somam 1.782,4 milhão de toneladas somando os montantes das safras velha e nova.
Além disso, os números das vendas semanais norte-americanas da última semana, bem como dos derivados no reporte do USDA, também vieram fortes e ajudando nessa leve tomada de fôlego do mercado.
Na semana encerrada em 28 de julho, os EUA venderam 1.670,4 milhão de toneladas de soja em grão e o volume ficou dentro das expectativas do mercado, que variavam de 1,1 milhão e a 1,8 milhão de toneladas. O total da safra velha foi de 542,2 mil toneladas e com a China respondendo pela maior parte, além do acumulado no ano comercial estar 4% a frente do que os números da temporada anterior Já da nova foram 1.128,2 milhão, com a maior parte adquirida por destinos não revelados.
O USDA reportou ainda que as vendas semanais de farelo de soja ficaram bem acima do esperado pelo mercado - de 25 mil a 100 mil toneladas - e somaram 215,9 mil. Foram 75,4 mil do presente ano comercial, com a Venezuela como maior compradora, e mais 140,5 mil do próximo, a maior parte para destinos não revelados. As vendas americanas da safra 2015/16 já estão 9% acima das do mesmo período do ano anterior.
As operações com óleo de soja também superaram as projeções dos traders ao totalizarem 36,5 mil toneldas. O mercado esperava um volume entre 0 e 10 mil toneladas. Do total, 17,5 mil toneladas eram da temporada atual, com a Coreia do Sul como maior compradora, além de 19 mil da próxima, com destinos não revelados respondendo pela maior parte das compras.
Em contrapartida, no Brasil, os preços seguiam sendo limitados pelo câmbio. O dólar, na tarde desta quinta-feira, perdia mais de 1% frente ao real e era cotado a R$ 3,205. Assim, em Rio Grande, a soja disponível subia 0,51% para R$ 78,50, enquanto no mercado futuro, a referência permanecia estável em R$ 77,00.