23
nov
2012
Será que é giberela?
Aristas alteradas são sintomas típicos de giberela
Nesta safra o trigo foi afetado por muitas adversidades, registrando danos por clima, pragas e doenças. Entre todos os riscos da cultura, as doenças de espiga causam as maiores perdas, já que afetam diretamente a produção e qualidade dos grãos. As principais são giberela e brusone, que apresentam sintomas muito semelhantes e confundem o produtor no controle e levantamento de danos nas lavouras. A Embrapa Trigo orienta para a correta identificação destas doenças.
As alterações que ocorrem nas espigas dos cereais de inverno na pré-colheita têm confundindo o produtor de trigo. O branqueamento das espigas ou as falhas na granação podem ser resultado de uma série de problemas, como ataque de insetos (broca-do-colmo, corós, percevejo) ou intempéries climáticas (geada, esterilidade por choque térmico, granizo, melanismo), além de doenças e falhas no manejo (ponta-preta, mal-do-pé, pança branca, ferrugem da folha, grãos verdes). Contudo, distinguir sintomas entre giberela e brusone é a tarefa mais difícil. Tanto espigas atacadas por brusone quanto por giberela são identificadas pelo contraste de cores entre as porções abaixo (verde) e acima (palha) do ponto de infecção. Os danos são grãos pequenos e deformados que acabam eliminados no beneficiamento.
A giberela ou fusariose é causada pelo fungo ascomiceto Gibberella zeae e costuma atacar desde o espigamento, antes mesmo do florescimento, quando o clima é quente (temperaturas entre 20 a 25ºC) e úmido (48 horas de chuvas consecutivas). O produtor costuma reconhecer a giberela quando uma massa de coloração alaranjada, formada pelos esporos do fungo se estabelece sobre algumas espiguetas. Segundo a pesquisadora da Embrapa Trigo, Maria Imaculada Pontes Moreira de Lima, muitas vezes espigas afetadas por giberela evidenciam sintomas semelhantes aos da brusone, ou seja, ocorre descoloração de todas as espiguetas da porção superior da espiga. Assim, a planta atacada por giberela apresenta espiguetas despigmentadas, de coloração esbranquiçada ou cor de palha, que contrastam com o verde normal de espiguetas sadias. Contudo, um diferencial é a alteração do sentido das aristas, considerado um sintoma típico de giberela. Mais comum na Região Sul, os danos diretos da giberela são o abortamento de flores, formação de grãos pequenos, danificados e chochos, mas o que preocupa os pesquisadores são os danos indiretos associados à contaminação por micotoxinas: “Os fungos produzem substâncias tóxicas nos grãos infectados, são as micotoxinas que prejudicam a saúde de pessoas e animais. Os efeitos tóxicos podem ocorrer em baixas concentrações e essas toxinas não são eliminadas nas fases de armazenamento e de processamento, portanto é fundamental a prevenção destes contaminantes ao longo da cadeia produtiva", esclarece a pesquisadora da Embrapa Trigo, Casiane Tibola.
A brusone é causada pelo fungo Pyricularia grisea (Magnaporthe grisea) em condições de elevada temperatura (cerca de 28ºC), alta umidade (acima de 90%) e longos períodos de orvalho (15 horas). O problema é freqüente na região do Brasil Central, Paraná e São Paulo. “Visitamos lavouras na Metade Sul do RS e constatamos que a doença no trigo era giberela, com sintomas muito parecidos com os de brusone”, conta Maria Imaculada Pontes Moreira de Lima. De acordo com a pesquisadora, o fungo da brusone ataca a ráquis, ficando restrito nas proximidades do ponto de infecção, impedindo o enchimento dos grãos acima do local de penetração do patógeno. No caso de giberela, observa-se o progresso da cor escura na ráquis em direção à parte inferior da espiga.
No site da Embrapa Trigo está disponível a publicação “Giberela ou brusone? Orientações para a identificação correta dessas enfermidades em trigo e em cevada”, em versão online para download ou à venda o impresso ao custo de R$ 3,50. O endereço é http://www.cnpt.embrapa.br, no link Publicações, em Documentos Online, nº 40.
Controle preventivo
O controle químico para giberela e brusone em trigo está registrado nas Indicações Técnicas da Comissão Brasileira de Pesquisa, porém os produtos em uso têm demostrado baixa eficiência no controle. A alternativa mais viável ainda é a aplicação preventiva de fungicidas a base de triazóis e estrubirulinas, especialmente diante da previsão de chuvas intensas no período. Para ajudar o produtor na tomada de decisão, a Embrapa Trigo desenvolveu um programa de computador chamado SISALERT, uma plataforma que coleta dados meteorológicos e simula o risco de epidemias, emitindo um alerta para o usuário antecipar a aplicação do fungicida. O acesso é gratuito através do site www.sisalert.com.br.
Nesta safra o trigo foi afetado por muitas adversidades, registrando danos por clima, pragas e doenças. Entre todos os riscos da cultura, as doenças de espiga causam as maiores perdas, já que afetam diretamente a produção e qualidade dos grãos. As principais são giberela e brusone, que apresentam sintomas muito semelhantes e confundem o produtor no controle e levantamento de danos nas lavouras. A Embrapa Trigo orienta para a correta identificação destas doenças.
As alterações que ocorrem nas espigas dos cereais de inverno na pré-colheita têm confundindo o produtor de trigo. O branqueamento das espigas ou as falhas na granação podem ser resultado de uma série de problemas, como ataque de insetos (broca-do-colmo, corós, percevejo) ou intempéries climáticas (geada, esterilidade por choque térmico, granizo, melanismo), além de doenças e falhas no manejo (ponta-preta, mal-do-pé, pança branca, ferrugem da folha, grãos verdes). Contudo, distinguir sintomas entre giberela e brusone é a tarefa mais difícil. Tanto espigas atacadas por brusone quanto por giberela são identificadas pelo contraste de cores entre as porções abaixo (verde) e acima (palha) do ponto de infecção. Os danos são grãos pequenos e deformados que acabam eliminados no beneficiamento.
A giberela ou fusariose é causada pelo fungo ascomiceto Gibberella zeae e costuma atacar desde o espigamento, antes mesmo do florescimento, quando o clima é quente (temperaturas entre 20 a 25ºC) e úmido (48 horas de chuvas consecutivas). O produtor costuma reconhecer a giberela quando uma massa de coloração alaranjada, formada pelos esporos do fungo se estabelece sobre algumas espiguetas. Segundo a pesquisadora da Embrapa Trigo, Maria Imaculada Pontes Moreira de Lima, muitas vezes espigas afetadas por giberela evidenciam sintomas semelhantes aos da brusone, ou seja, ocorre descoloração de todas as espiguetas da porção superior da espiga. Assim, a planta atacada por giberela apresenta espiguetas despigmentadas, de coloração esbranquiçada ou cor de palha, que contrastam com o verde normal de espiguetas sadias. Contudo, um diferencial é a alteração do sentido das aristas, considerado um sintoma típico de giberela. Mais comum na Região Sul, os danos diretos da giberela são o abortamento de flores, formação de grãos pequenos, danificados e chochos, mas o que preocupa os pesquisadores são os danos indiretos associados à contaminação por micotoxinas: “Os fungos produzem substâncias tóxicas nos grãos infectados, são as micotoxinas que prejudicam a saúde de pessoas e animais. Os efeitos tóxicos podem ocorrer em baixas concentrações e essas toxinas não são eliminadas nas fases de armazenamento e de processamento, portanto é fundamental a prevenção destes contaminantes ao longo da cadeia produtiva", esclarece a pesquisadora da Embrapa Trigo, Casiane Tibola.
A brusone é causada pelo fungo Pyricularia grisea (Magnaporthe grisea) em condições de elevada temperatura (cerca de 28ºC), alta umidade (acima de 90%) e longos períodos de orvalho (15 horas). O problema é freqüente na região do Brasil Central, Paraná e São Paulo. “Visitamos lavouras na Metade Sul do RS e constatamos que a doença no trigo era giberela, com sintomas muito parecidos com os de brusone”, conta Maria Imaculada Pontes Moreira de Lima. De acordo com a pesquisadora, o fungo da brusone ataca a ráquis, ficando restrito nas proximidades do ponto de infecção, impedindo o enchimento dos grãos acima do local de penetração do patógeno. No caso de giberela, observa-se o progresso da cor escura na ráquis em direção à parte inferior da espiga.
No site da Embrapa Trigo está disponível a publicação “Giberela ou brusone? Orientações para a identificação correta dessas enfermidades em trigo e em cevada”, em versão online para download ou à venda o impresso ao custo de R$ 3,50. O endereço é http://www.cnpt.embrapa.br, no link Publicações, em Documentos Online, nº 40.
Controle preventivo
O controle químico para giberela e brusone em trigo está registrado nas Indicações Técnicas da Comissão Brasileira de Pesquisa, porém os produtos em uso têm demostrado baixa eficiência no controle. A alternativa mais viável ainda é a aplicação preventiva de fungicidas a base de triazóis e estrubirulinas, especialmente diante da previsão de chuvas intensas no período. Para ajudar o produtor na tomada de decisão, a Embrapa Trigo desenvolveu um programa de computador chamado SISALERT, uma plataforma que coleta dados meteorológicos e simula o risco de epidemias, emitindo um alerta para o usuário antecipar a aplicação do fungicida. O acesso é gratuito através do site www.sisalert.com.br.
Fonte: Agrolink com informações de assessoria