16
mai
2013
Sementeiros brasileiros vão à China por liberação de produtos agrícolas
A diretoria da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS) participou, durante uma semana, de discussões na China a convite do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e defendeu a liberação de eventos biotecnológicos por parte daquele país e de investimentos fundamentais para a competitividade do agronegócio brasileiro. Segundo entidades do setor, a demora do governo chinês na aprovação de novas tecnologias específicas para as culturas de soja e milho tem resultado em perda de competitividade para as cadeias dessas culturas no Brasil.

Destino certo para o grão brasileiro, a China foi responsável, em 2012, pela compra de US$ 12 bilhões respondendo por 67% e 36% das exportações do Brasil - entre grãos e óleo de soja, respectivamente. Atualmente, existem 19 solicitações de registros de novos eventos biotecnológicos na China, sendo que dois são do Brasil e os demais da União Europeia e dos Estados Unidos.

De acordo com o presidente da ABRASS, Elton Hamer, durante a viagem foi possível demonstrar a importância da liberação dos produtos, entre eles a soja Intacta RR2 Pro, de propriedade da empresa Monsanto, considerada como mais uma importante ferramenta para a sojicultura brasileira.

Liderada pelo secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto, a comitiva esteve em Xangai e Pequim numa extensa programação, entre elas uma reunião preparatória entorno da liberação da Intacta que reuniu o representante do governo brasileiro, o vice-ministro da Argentina e o ministro da Agricultura da China. A reunião ocorreu na embaixada brasileira, conduzida pela embaixadora em exercício, Tatiana Rosito, e também contou com a presença do diretor técnico da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), Geraldo Berger, e o secretário-executivo da entidade, José Américo Rodrigues.

Para o presidente da ABRASS, durante a visita, foi possível detectar a atuação do MAPA e da embaixada brasileira no país que é o maior importador de grãos produzidos no Brasil. “Vimos no estande do Brasil o belo trabalho e a grandeza do nosso país representada pelo MAPA, pelo Consulado Brasileiro em Xangai e a Embaixada brasileira na China. Também ficou evidente a pujança de muitas empresas brasileiras no evento. Sinais da internacionalização empresarial que o país atravessa”, afirmou Hamer, se referindo à visita feita na Feira de Alimentos da China (Sial China 2013), uma das mais importantes feiras do gênero em todo o mundo.

As relações comerciais entre Brasil e China também nortearam a visita da comitiva brasileira ao país. Os representantes do Brasil tiveram acesso a informações sobre a condução das transações comerciais que têm sido feitas no intuito de aprimorar e ampliar a parceria entre os dois países.

A equipe se reuniu com representantes da Hopefull Crain & Oil Group, a segunda maior compradora de soja daquele país e, na ocasião, foram debatidas as potencialidades na relação comercial e os entraves a serem reduzidos. Recentemente, o governo e tradings chineses cancelaram compras de grãos brasileiros alegando dificuldades na entrega e cumprimento de prazos por parte do Brasil, em função dos problemas logísticos.

Além do presidente da entidade, fizeram parte da comitiva, os diretores Carmélio Roos, de Mato Grosso do Sul, Wander Lúcio Alves, de Minas Gerais, a diretora-executiva Andréia B. Santos, e o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Paulo Aguiar.

Investimentos

Acompanhando de perto os problemas logísticos enfrentados pelos produtores brasileiros, uma equipe do Banco de Desenvolvimento da China composta por 13 gestores afirmou que há interesse real em investir no Brasil especialmente na área de infraestrutura.

“Ainda neste semestre, membros do banco chinês virão ao Brasil para avaliar possíveis investimentos. Foram três horas de reunião e ficamos satisfeitos com o que ouvimos. O Brasil cresce em produtividade e a China em necessidade do grão, com isso nosso produto tem destino certo, mas é preciso que se tenha uma logística eficiente. Temos grande potencial para atrair investimentos chineses e precisamos estar preparados com informações consistentes sobre potencialidades e grandezas operacionais e econômicas”, afirma Elton Hamer.


Fonte: Agrolink com informações de assessoria

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