30
abr
2024
Semana de extremos: calor, secura e chuvas de 300 mm

A semana será marcada por um grande contraste nas condições de tempo no Brasil. Isso, de certa forma, é uma característica do outono, embora a intensidade das condições de tempo nesta semana sejam mais significativas.

A presença de instabilidades no sul do Brasil, devem resultar em chuvas volumosas, com previsão de mais de 300 mm em alguns pontos. As chuvas volumosas também devem ser a regra para a faixa norte do território nacional, com pontuais acima dos 220 mm.

As áreas de chuva se espalham até o leste do Nordeste, onde são esperados acumulados acima os 100 mm nas áreas mais úmidas.

No entanto, uma região de alta pressão nas camadas intermediárias da atmosfera – cerca de 5000 metros de altitude – atua na parcela centro-leste do país, impedindo a formação das nuvens carregadas e o avanço das instabilidades para o centro do Brasil.

Essa condição resulta na elevação das temperaturas no período da tarde, com máximas superando a casa dos 37°C, além de manter os índices de umidade relativa do ar abaixo dos 30% nos horários mais críticos.

No Agro

As chuvas volumosas na região sul, devem atrapalhar as operações de colheita da soja e do arroz, que ainda avança na região.

Já na parcela central do Brasil, as condições de tempo seco e temperatura elevadas aumentam a demanda hídrica das culturas, com destaque para o milho safrinha e feijão segunda-safra, que já vêm sentindo os efeitos do estresse térmico e hídrico.

As lavouras de algodão de primeira safra, devem se beneficiar das condições de tempo seco, acelerando a maturação e assegurando a boa qualidade das fibras. Contudo, naquelas áreas que estão passando pela floração e formação das maçãs, essa condição de tempo seco deve ser um fator limitante para algumas lavouras.

O plantio do trigo, que deve iniciar ao longo das próximas semanas nos maiores produtores, pode se beneficiar dos bons níveis de umidade no solo.

Sul 

A combinação de um cavado – região alongada de baixa pressão –  e a passagem de uma frente fria, traz uma condição de chuvas extremas para o Rio Grande do Sul, com possibilidade de acumulados acima dos 15 mm na maior parte do estado e pontuais acima dos 300 mm na grande Porto Alegre e mais de 130 mm nas áreas menos chuvosas do estado gaúcho.

Essas instabilidades avançam até a metade sul do estado de Santa Catarina, mas com volumes inferiores aos 150 mm na semana. Já no Paraná a  massa de ar seco que está sobre o Brasil central, impede a chegada das chuvas, mantendo elas confinadas no sudeste do estado. Embora pontualmente as instabilidade possam acontecer até o centro do estrado, mas com volumes inferiores aos 10 mm na semana. Já no norte paranaense, a condição é de tempo seco e temperaturas acima da média para o período.

Sudeste  

A região Sudeste enfrentará uma semana de calor, com temperaturas elevadas durante o dia, especialmente nas tardes. As temperaturas máximas podem variar entre 34°C e 37°C, especialmente nas áreas mais interiores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Durante a noite, as temperaturas devem cair, proporcionando uma grande amplitude térmica ao longo do dia. O calor persistente é atribuído a um sistema anticiclônico na média troposfera, que aprisiona o calor na baixa atmosfera, impedindo a dissipação térmica e a formação de nuvens de chuva.

Devido à massa de ar seco, as instabilidades não conseguem avançar para o Sudeste, resultando em tempo seco e estável. No entanto, a influência do oceano pode trazer umidade e manter um tempo mais ameno e úmido nas áreas litorâneas de São Paulo e Rio de Janeiro, com destaque para o norte do Espírito Santo e nordeste de Minas Gerais. 

Centro-Oeste 

A região Centro-Oeste enfrenta uma onda de calor persistente devido a um sistema anticiclônico posicionado na média troposfera, bloqueando frentes frias e contribuindo para a manutenção de altas temperaturas. São esperadas temperaturas elevadas, com máximas atingindo 37°C no Mato Grosso do Sul e até 35°C em partes de Goiás, que devem ser acompanhadas por baixos índices de umidade relativa do ar, geralmente ocorrendo simultaneamente com as temperaturas máximas.

Os dias também serão marcados por grande amplitude térmica – ou seja, grande diferença entre as menores e maiores temperaturas do dia.

Em relação às chuvas, praticamente toda a região deve permanecer com essa condição de tempo seco e quente. Contudo, instabilidades tropicais conseguem avançar para a região de Aripuanã e Alta Floresta no norte e noroeste de Mato Grosso, promovendo condições de chuvas na forma de trovoadas isoladas. O sul de Mato Grosso do Sul também deve registrar algumas instabilidades, mas com previsão de acumulados inferiores aos 10 mm no decorrer da semana.

Nordeste  

A ZCIT continua a influenciar o clima na região Nordeste, especialmente nas áreas mais ao norte. Já no no litoral leste do Nordeste, as instabilidades oce?nicas trazem chuvas que devem persistir ao longo da semana.

As chuvas ajudam a manter temperaturas amenas na região litorânea e no extremo norte. Cidades como Salvador devem registrar temperaturas máximas de até 29°C. Já no interior da região, como sul do Maranhão, sul do Piauí e Oeste da Bahia, deve passar por uma período mais seco, alinhado com a época do ano. Essa menor presença das chuvas, favorece um maior aquecimento na região. Embora, as temperaturas no período da noite e madrugada devem baixar e ficar na casa dos 17 a 19°C, marcando assim um período de grande amplitude térmica.

Norte   

A faixa norte da região, deve ser fortemente influenciada pela ZCIT, mantendo as condições de chuvas entre o Amapá e norte do Pará, onde são previstos mais de 200 mm no decorrer da semana. Também são esperadas mais chuvas sobre o estado de Roraima, com variação entre 150 a 200 mm em todo o estado. 

No Amazonas e Acre, as precipitações tendem a ser menos volumosas, mas ainda presentes, com um clima levemente mais seco ao longo da semana. Já a instabilidades termodinâmica nas, pode resultar em chuvas irregulares e passageiras.

Apesar de todas as condições de chuvas, áreas do sul da região, como sul do Pará e sul do Tocantins, devem contar com o predomínio de tempo firme, com destaque para o sul do Tocantins,. Isso devido à massa de ar seco no Brasil central.

Fonte: Agrolink.

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