O uso descontrolado de fungicidas nas lavouras de soja – com aplicações ainda mais constantes durante a soja safrinha, o que diminui a eficiência dos produtos – levou o Estado a tomar uma medida drástica a partir da safra 2016/17. O secretário da agricultura, Norberto Ortigara, confirmou nesta terça-feira (6), durante o evento da Embrapa Soja, que a partir de 1º de janeiro de 2017 não quer mais nenhum pé de soja sendo plantado no Estado para a segunda safra.
Ortigara lembrou que na semana passada houve uma audiência pública na Assembleia Legislativa e, na última segunda-feira, uma reunião do conselho administração da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) para discutir o assunto. "Foi uma conversa pesada. Pela nossa vontade coletiva, já proibiríamos o plantio de soja para janeiro de 2016. Mas tendo em vista que muita gente travou negócios, dado ao preço alto da commodity e outros já compraram insumos, a proibição da segunda safra de soja ficará para 1º de janeiro de 2017, provavelmente com portaria da Adapar saindo ainda esta semana".
Ortigara lembrou que hoje o Estado mantém plantas vivas de soja praticamente até junho, o que faz com que os fungos criem resistência e os produtos disponíveis no mercado vão perdendo eficiência ano após ano. "Como não temos nenhuma molécula sendo produzida pela indústria para evitar essa situação, é prudente reduzir o tempo de plantas vivas no ambiente paranaense para não termos o fungo o tempo todo em nosso meio".
Para os agricultores do Sudoeste do Estado, que não têm alternativas para a soja safrinha (já que o milho não é viável), o secretário prometeu que a Seab auxiliará na busca de outras alternativas, especialmente na área de leite, "fazendo silagem, forragem, e assim aproveitando o solo para melhorar o desempenho da cadeia na região".
Fonte: Agrolink
Volte para a Listagem