05
jan
2012
Seca traz perdas de até 30% no Oeste do Paraná
Carlos Guimarães Filho

As perdas na produção de soja provocadas pela falta de chuva chegam a 30% no Oeste do Paraná, relatam técnicos e produtores da região, num momento em que o estado contabiliza prejuízos na oleaginosa e no milho. A previsão é que o La Niña continue se manifestando com chuvas abaixo do normal nas próximas semanas.

De acordo com a cooperativa Coopavel, que tem 3.320 cooperados espalhados por 17 municípios do Oeste, a região está recebendo menos da metade das chuvas que registrou um ano atrás. “Sete municípios tiveram menos de 40 milímetros de chuva em dezembro e contabilizam perdas de 30%”, cita o diretor-presidente da empresa, Dilvo Grolli. “Na primeira lavoura que fizemos [a colheita], a produtividade ficou entre 25 a 40 sacas de soja por hectare, quando a média passada foi de 60 sacas por hectare.”

Noroeste, Sudoeste e Centro-Oeste – que com o Oeste concentram perto da metade da área agrícola do estado – também enfrentam problemas climáticos. “Cerca de 65% da soja e 40% do milho estão na região da seca. Os impactos são certos”, aponta Flávio Turra, gerente técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

Às vésperas da colheita, o produtor Marcos Antônio Barea, de Três Barras (Oeste), sustenta que as perdas serão altas, uma vez que algumas áreas terão quebra próxima de 80%. Em parceria com o pai e o irmão, plantou 380 hectares de soja e 50 de milho. Sua esperança é que as soja de ciclo longo – que pode esperar mais tempo por chuva – renda mais. Ele acionou seguro e aguarda avaliação.

A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) deve divulgar hoje relatório com avaliação sobre a dimensão das perdas no Paraná. Os técnicos ouvidos pela reportagem falam que a quebra estaria entre 5% e 10% e pode representar prejuízo de R$ 1 bilhão.

Fonte: Gazeta do Povo
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