14
mar
2014
Seca reduz em 5% a safra de soja do país
Conab prevê safra total de grãos com 188 milhões de toneladas, superando última temporada
A estiagem registrada no final de janeiro e no início de fevereiro teve impacto considerável sobre as lavouras brasileiras de soja. De acordo com o 6.º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado ontem, a colheita de oleaginosa na temporada 2013/14 será de 85,4 milhões de toneladas, queda de 4,6 milhões (t) em relação à estimativa do mês passado.
Em relação à safra total de grãos, a Conab projeta 188,7 milhões de toneladas, corte de 4,9 milhões comparado ao levantamento de fevereiro. Mesmo assim, confirmando o número, será uma colheita nacional recorde, superando os 187,4 milhões de toneladas da temporada passada.
“A estiagem foi forte. Algumas cooperativas estão relatando quebra de 20% na colheita de soja”, aponta o analista econômico do Sistema Ocepar, Robson Mafioletti. “O mercado já estava trabalhando com essa redução. Então, não deve repercutir muito nas cotações da commodity”, acrescenta.
No mês passado, Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) apontou quebra de 2 milhões de toneladas de soja no Paraná, podendo ser ainda maior e chegar a 2,5 milhões de t. O prejuízo aos agricultores seria de R$ 2 bilhões.
O relatório ainda traz uma novidade em relação a soja. Técnicos da estatal registraram o interesse de produtores em plantar uma segunda safra de soja, na mesma área ocupada pela oleaginosa no verão. Porém, a Conab alerta para “o risco de enormes prejuízos, causados por um eventual descontrole no combate às pragas e doenças, factíveis de acontecerem”.
Milho
Outra surpresa do documento é a projeção de crescimento do milho safrinha em relação a fevereiro. A Conab aponta 43,7 milhões de toneladas do cereal, 1 milhão a mais que número indicado no último relatório. A previsão vai de desencontro à insatisfação de muitos produtores que, em função da desvalorização do produto, planejavam reduzir a área do cereal.Considerando as duas safras, a produção brasileira 2013/14 deve atingir 75,1 milhões de toneladas, seis milhões menor em relação à temporada passada.
Opinião
Quebra não vai segurar exportações
Luana Gomes, analista de Agronegócio da Gazeta do Povo
Depois de uma temporada de contrastes climáticos, não restam mais dúvidas: a marca histórica de 90 milhões de toneladas de soja terá de esperar mais um ano. O número exato varia. Consultorias privadas projetam a colheita na faixa de 84-89 milhões de toneladas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que atualizou seus números no início da semana, trabalha na ponta mais alta deste intervalo, com 88,50 milhões (t). Na ponta mais baixa, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) crava 85,44 milhões (t). A Expedição Safra Gazeta do Povo mantém, neste momento, projeção acima da estimativa oficial, com 87,61 milhões (t).
No campo, costuma-se dizer que o tamanho real da produção só é conhecido depois que a colheitadeira passa pela lavoura. E as máquinas ainda têm perto de metade das plantações para percorrer. Mas, independente do número que se escolha trabalhar, o fato é que a safra brasileira de soja não será cheia. Mas nem por isso deixará de ser recorde. Mesmo com quebra, dará um salto de pelo menos 5% –algo como 4 e 6 milhões de toneladas, a depender da fonte – sobre o ano anterior.
Apesar da quebra, o Brasil deve ganhar mercado e exportar mais. Em 2013, foram quase 43 milhões de toneladas. Para este ano, a meta de 45 milhões (t) já é tida como certa. Se a previsão se confirmar, vai, mais uma vez, ajudar a segurar o saldo comercial brasileiro – que depois de um rombo em janeiro, seguido pelo pior fevereiro da história, já acumula déficit de mais de US$ 7 bilhões em 2014.
A estiagem registrada no final de janeiro e no início de fevereiro teve impacto considerável sobre as lavouras brasileiras de soja. De acordo com o 6.º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado ontem, a colheita de oleaginosa na temporada 2013/14 será de 85,4 milhões de toneladas, queda de 4,6 milhões (t) em relação à estimativa do mês passado.
Em relação à safra total de grãos, a Conab projeta 188,7 milhões de toneladas, corte de 4,9 milhões comparado ao levantamento de fevereiro. Mesmo assim, confirmando o número, será uma colheita nacional recorde, superando os 187,4 milhões de toneladas da temporada passada.
“A estiagem foi forte. Algumas cooperativas estão relatando quebra de 20% na colheita de soja”, aponta o analista econômico do Sistema Ocepar, Robson Mafioletti. “O mercado já estava trabalhando com essa redução. Então, não deve repercutir muito nas cotações da commodity”, acrescenta.
No mês passado, Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) apontou quebra de 2 milhões de toneladas de soja no Paraná, podendo ser ainda maior e chegar a 2,5 milhões de t. O prejuízo aos agricultores seria de R$ 2 bilhões.
O relatório ainda traz uma novidade em relação a soja. Técnicos da estatal registraram o interesse de produtores em plantar uma segunda safra de soja, na mesma área ocupada pela oleaginosa no verão. Porém, a Conab alerta para “o risco de enormes prejuízos, causados por um eventual descontrole no combate às pragas e doenças, factíveis de acontecerem”.
Milho
Outra surpresa do documento é a projeção de crescimento do milho safrinha em relação a fevereiro. A Conab aponta 43,7 milhões de toneladas do cereal, 1 milhão a mais que número indicado no último relatório. A previsão vai de desencontro à insatisfação de muitos produtores que, em função da desvalorização do produto, planejavam reduzir a área do cereal.Considerando as duas safras, a produção brasileira 2013/14 deve atingir 75,1 milhões de toneladas, seis milhões menor em relação à temporada passada.
Opinião
Quebra não vai segurar exportações
Luana Gomes, analista de Agronegócio da Gazeta do Povo
Depois de uma temporada de contrastes climáticos, não restam mais dúvidas: a marca histórica de 90 milhões de toneladas de soja terá de esperar mais um ano. O número exato varia. Consultorias privadas projetam a colheita na faixa de 84-89 milhões de toneladas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que atualizou seus números no início da semana, trabalha na ponta mais alta deste intervalo, com 88,50 milhões (t). Na ponta mais baixa, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) crava 85,44 milhões (t). A Expedição Safra Gazeta do Povo mantém, neste momento, projeção acima da estimativa oficial, com 87,61 milhões (t).
No campo, costuma-se dizer que o tamanho real da produção só é conhecido depois que a colheitadeira passa pela lavoura. E as máquinas ainda têm perto de metade das plantações para percorrer. Mas, independente do número que se escolha trabalhar, o fato é que a safra brasileira de soja não será cheia. Mas nem por isso deixará de ser recorde. Mesmo com quebra, dará um salto de pelo menos 5% –algo como 4 e 6 milhões de toneladas, a depender da fonte – sobre o ano anterior.
Apesar da quebra, o Brasil deve ganhar mercado e exportar mais. Em 2013, foram quase 43 milhões de toneladas. Para este ano, a meta de 45 milhões (t) já é tida como certa. Se a previsão se confirmar, vai, mais uma vez, ajudar a segurar o saldo comercial brasileiro – que depois de um rombo em janeiro, seguido pelo pior fevereiro da história, já acumula déficit de mais de US$ 7 bilhões em 2014.
Fonte: Gazeta do Povo Online