10
fev
2015
Seca persiste e compromete safra paulista em até 70%
Conforme sinalizado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), o impacto negativo da estiagem e das altas temperaturas no Estado, com graves consequências para a agricultura e a pecuária em 2014, se prorrogou para 2015.
Segundo o Presidente Fábio Meirelles, a baixa reserva hídrica e às elevadas temperaturas têm sido prejudiciais para a formação e desenvolvimento das lavouras e, em virtude do desabastecimento dos lençóis freáticos, em alguns casos, a irrigação não pode ser adotada. “Certas regiões e para algumas atividades as perdas podem superar 20%, mas há casos de produtores que isoladamente reportam perdas de até 70%”.
Fábio Meirelles informa que a FAESP ouviu dirigentes rurais, de regiões afetadas no Estado, para analisar a situação. Dentre os produtores ouvidos, a grande maioria relatou algum impacto da seca na zona rural. “Apesar de uma mensuração mais precisa depender de levantamentos de campo, pois há uma variação entre microrregiões em função da intensidade do déficit hídrico, dos tratos culturais e das condições e estágio das lavouras”.
Segue abaixo levantamento e análise da FAESP com o impacto nas culturas:
Café – Em alguns casos, a estiagem e as altas temperaturas prejudicaram desde o desenvolvimento vegetativo até a floração e frutificação das plantas. Em decorrência das condições climáticas é possível que os ramos formados sejam menos produtivos e que haja aborto de flores e má formação dos frutos. Essas condições levaram alguns
produtores a, no segundo semestre de 2014, optar pela poda de plantas de baixa produtividade. Esses fatores indicam a possibilidade de menor área produtiva e menor rendimento. Novamente, a safra de café poderá não ser boa caso as chuvas não retornem rapidamente, comprometendo sua qualidade e rendimento.
Cana-de-açúcar – Estima-se que as chuvas abaixo da média somadas às altas temperaturas comprometam o rebrote e desenvolvimento da safra 2015. É possível que o impacto negativo das condições climáticas reduza a expectativa de colheita podendo até mesmo levar usinas a não moer cana devido à baixa oferta de matéria-prima.
Laranja – Apesar de ter sido verificado boas floradas iniciais, flores e frutos foram afetados em grande medida principalmente devido às altas temperaturas o que, em algumas regiões, acarretou abortos. Presume-se uma safra consideravelmente reduzida com possibilidade de perdas elevadas, em algumas regiões, o que torna a situação do produtor ainda menos animadora. Se as leis de mercado funcionarem, os preços pagos ao produtor devem subir para compensar a escassez de produto de qualidade.
Grãos - Estima-se ter havido uma ligeira tendência de migração da área de milho para a soja. O déficit hídrico afetou o pendoamento e o enchimento dos grãos no milho e prejudicou o desenvolvimento da soja. As perdas de produtividade podem superar 10%. Nas regiões Norte, Noroeste, Oeste e Centro do Estado, por outro lado, muitos produtores relatam perdas pontuais de até 50 ou até 70%.
Arroz - Em São Paulo, na produção de arroz, relata-se que devido ao déficit hídrico houve dificuldade na semeadura. Como alternativa alguns produtores optaram pela semeadura de uma cultivar de arroz híbrido que tolera a irrigação tardia. As dificuldades de plantio resultaram na estimativa de redução na área plantada de aproximadamente 20%, com substituição pelo cultivo de milho nessas áreas. Em alguns casos, as altas temperaturas danificaram os grãos, quiçá, depreciando-os na comercialização em aproximadamente 15%.
Hortaliças – Devido às elevadas temperaturas e chuvas abaixo da média projeta-se uma redução de 20% ou mais na produção, de agora em diante, principalmente naquelas culturas que dependem de irrigação e onde as reservas hídricas estão baixas. Em certas áreas, perdas ainda não foram registradas, mas os próximos ciclos de cultivo serão reduzidos.
Pecuária – A baixa reserva hídrica comprometeu a formação das pastagens e do milho para produção de silagem. No decorrer do ano pode haver redução no ganho de peso dos animais, assim como na produção leiteira. Regiões de produção de sementes de pastagem foram também assoladas pela seca.
Risco iminente
O Presidente da FAESP ressalta que, além das perdas projetadas para a agricultura paulista, que serão expressivas em termos agregados, “preocupa também o impacto que quadro climático adverso trará individualmente às propriedades rurais, com seus reflexos em termos de diminuição do faturamento, margens e incapacidade de
pagamento dos custeios agrícolas.
Lembra também que há uma outra situação que tem causado preocupação à FAESP. “Embora a produção de frutas e hortaliças no entorno da região metropolitana não tenha ainda sofrido redução expressiva de produção, certamente haverá de agora em diante. Nos cinturões de produção de folhosas, frutas, legumes e raízes, onde o
uso da irrigação é recorrente, estima-se grande impacto na produção, pois a Secretaria de Recursos Hídricos tem restringido, ou até proibido, o uso da água. Sem irrigação, novos ciclos de não poderão ser implantados, ocasionando acentuada redução da produção”.
Meirelles afirma esperar que as medidas adotadas pelas autoridades sejam parcimoniosas, respeitando áreas cujas medidas drásticas não são imprescindíveis, bem como os cultivos que estão sendo concluídos, que foram plantados há meses. Novos cultivos, devido à restrição de oferta da água, logicamente, serão afetados.
Além disso, é importante alertar que haverá reflexos no mercado de hortaliças, pois a escassez dos produtos conduz ao aumento de preços, daquilo que não for substituído por produto e outras regiões. Isso pode levar ainda repercutir nos índices de inflação, mesmo que de forma temporária.
Segundo o Presidente Fábio Meirelles, a baixa reserva hídrica e às elevadas temperaturas têm sido prejudiciais para a formação e desenvolvimento das lavouras e, em virtude do desabastecimento dos lençóis freáticos, em alguns casos, a irrigação não pode ser adotada. “Certas regiões e para algumas atividades as perdas podem superar 20%, mas há casos de produtores que isoladamente reportam perdas de até 70%”.
Fábio Meirelles informa que a FAESP ouviu dirigentes rurais, de regiões afetadas no Estado, para analisar a situação. Dentre os produtores ouvidos, a grande maioria relatou algum impacto da seca na zona rural. “Apesar de uma mensuração mais precisa depender de levantamentos de campo, pois há uma variação entre microrregiões em função da intensidade do déficit hídrico, dos tratos culturais e das condições e estágio das lavouras”.
Segue abaixo levantamento e análise da FAESP com o impacto nas culturas:
Café – Em alguns casos, a estiagem e as altas temperaturas prejudicaram desde o desenvolvimento vegetativo até a floração e frutificação das plantas. Em decorrência das condições climáticas é possível que os ramos formados sejam menos produtivos e que haja aborto de flores e má formação dos frutos. Essas condições levaram alguns
produtores a, no segundo semestre de 2014, optar pela poda de plantas de baixa produtividade. Esses fatores indicam a possibilidade de menor área produtiva e menor rendimento. Novamente, a safra de café poderá não ser boa caso as chuvas não retornem rapidamente, comprometendo sua qualidade e rendimento.
Cana-de-açúcar – Estima-se que as chuvas abaixo da média somadas às altas temperaturas comprometam o rebrote e desenvolvimento da safra 2015. É possível que o impacto negativo das condições climáticas reduza a expectativa de colheita podendo até mesmo levar usinas a não moer cana devido à baixa oferta de matéria-prima.
Laranja – Apesar de ter sido verificado boas floradas iniciais, flores e frutos foram afetados em grande medida principalmente devido às altas temperaturas o que, em algumas regiões, acarretou abortos. Presume-se uma safra consideravelmente reduzida com possibilidade de perdas elevadas, em algumas regiões, o que torna a situação do produtor ainda menos animadora. Se as leis de mercado funcionarem, os preços pagos ao produtor devem subir para compensar a escassez de produto de qualidade.
Grãos - Estima-se ter havido uma ligeira tendência de migração da área de milho para a soja. O déficit hídrico afetou o pendoamento e o enchimento dos grãos no milho e prejudicou o desenvolvimento da soja. As perdas de produtividade podem superar 10%. Nas regiões Norte, Noroeste, Oeste e Centro do Estado, por outro lado, muitos produtores relatam perdas pontuais de até 50 ou até 70%.
Arroz - Em São Paulo, na produção de arroz, relata-se que devido ao déficit hídrico houve dificuldade na semeadura. Como alternativa alguns produtores optaram pela semeadura de uma cultivar de arroz híbrido que tolera a irrigação tardia. As dificuldades de plantio resultaram na estimativa de redução na área plantada de aproximadamente 20%, com substituição pelo cultivo de milho nessas áreas. Em alguns casos, as altas temperaturas danificaram os grãos, quiçá, depreciando-os na comercialização em aproximadamente 15%.
Hortaliças – Devido às elevadas temperaturas e chuvas abaixo da média projeta-se uma redução de 20% ou mais na produção, de agora em diante, principalmente naquelas culturas que dependem de irrigação e onde as reservas hídricas estão baixas. Em certas áreas, perdas ainda não foram registradas, mas os próximos ciclos de cultivo serão reduzidos.
Pecuária – A baixa reserva hídrica comprometeu a formação das pastagens e do milho para produção de silagem. No decorrer do ano pode haver redução no ganho de peso dos animais, assim como na produção leiteira. Regiões de produção de sementes de pastagem foram também assoladas pela seca.
Risco iminente
O Presidente da FAESP ressalta que, além das perdas projetadas para a agricultura paulista, que serão expressivas em termos agregados, “preocupa também o impacto que quadro climático adverso trará individualmente às propriedades rurais, com seus reflexos em termos de diminuição do faturamento, margens e incapacidade de
pagamento dos custeios agrícolas.
Lembra também que há uma outra situação que tem causado preocupação à FAESP. “Embora a produção de frutas e hortaliças no entorno da região metropolitana não tenha ainda sofrido redução expressiva de produção, certamente haverá de agora em diante. Nos cinturões de produção de folhosas, frutas, legumes e raízes, onde o
uso da irrigação é recorrente, estima-se grande impacto na produção, pois a Secretaria de Recursos Hídricos tem restringido, ou até proibido, o uso da água. Sem irrigação, novos ciclos de não poderão ser implantados, ocasionando acentuada redução da produção”.
Meirelles afirma esperar que as medidas adotadas pelas autoridades sejam parcimoniosas, respeitando áreas cujas medidas drásticas não são imprescindíveis, bem como os cultivos que estão sendo concluídos, que foram plantados há meses. Novos cultivos, devido à restrição de oferta da água, logicamente, serão afetados.
Além disso, é importante alertar que haverá reflexos no mercado de hortaliças, pois a escassez dos produtos conduz ao aumento de preços, daquilo que não for substituído por produto e outras regiões. Isso pode levar ainda repercutir nos índices de inflação, mesmo que de forma temporária.
Fonte: FAESP - Federação da Agricultura do Estado de São Paulo