Maior mercado consumidor de farinha de trigo do Brasil, o estado de São Paulo pretende aumentar a produção do cereal. Os moinhos paulistas fecharam 2016 com uma produção de 1,8 milhão de toneladas de farinha de trigo, um aumento de 1,5% em relação a 2015. São Paulo representa 21% dos 8,225 milhões de toneladas produzidas no Brasil em 2016.
“De 2012 a 2016 houve um aumento de 170% da produção de trigo em São Paulo. Uns anos atrás, a produção era de 80 a 100 mil toneladas e em 2016 atingimos 240 mil toneladas. Tudo isso com pouco aumento de área plantada, o que significa incremento da produtividade”, afirma o presidente do Sindustrigo – Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo, Christian Saigh. Segundo ele, um dos fatores responsáveis por esse crescimento foi a reativação três anos atrás da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo, que reúne todos os elos da cadeia produtiva para discutir melhorias ao setor.
“Um dos principais destaques dessa performance do trigo paulista é diminuição do número de variedades cultivadas, que caiu de 50 para 15, focadas nas de melhor desempenho tanto no campo como nas demandas da indústria moageira e do consumidor. Isso é resultado do diálogo incentivado pela Câmara Setorial. Outro aspecto era a pouca capacidade estática de armazenagem do produtor, que não tinha onde guardar o cereal e acabava misturando os de qualidade boa e ruim. Fomos mostrando ao produtor todo o trabalho de segregação e controle de qualidade realizado na indústria e isso melhorou bastante”, destaca o presidente do Sindustrigo. Para auxiliar nesse processo, a entidade elaborou uma cartilha didática detalhando os padrões de qualidade desejados pela indústria para distribuir aos produtores.
“O potencial de crescimento em São Paulo, porém, é enorme. Temos o maior mercado consumidor de farinha de trigo do Brasil, com um consumo per capita de 55 kg, enquanto a média nacional é de 40 kg. Isso dá uma reserva de mercado fantástica para o produtor, que já tem comprador para o seu produto. Além disso, produzir trigo no estado e vender para os moinhos paulistas não incide em cobrança de ICMS e traz vantagens competitivas com frete, já que a produção está no máximo a 300 km de distância da indústria”, ressalta Saigh. “Mesmo com uma estimativa de queda de cerca de 20% na safra de trigo do Brasil, a expectativa de redução para São Paulo é de apenas 10%. O que se produz no estado é rapidamente absorvido pelos moinhos”, completa o presidente do Sindustrigo. Para abastecer os moinhos de São Paulo, atualmente é preciso comprar trigo do Paraná, Argentina ou América do Norte.
Fonte: Agrolink
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