18
jun
2010
Safrinha de soja pressiona mercado no PR
Além do impacto do real valorizado, cotação da oleaginosa é afetada pela expansão da safra de inverno
Os preços baixos do milho fizeram com que muitos produtores paranaenses elegessem a soja como opção de safrinha neste ano. Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab), o plantio de 106,8 mil hectares deve render ao estado 182,1 mil toneladas do grão, volume que se soma às 13,9 milhões de toneladas produzidas na safra de verão, segundo cálculo da Expedição Safra RPC. Apesar de ainda ter pouca representatividade na produção total de soja do estado, a safrinha maior aumenta a pressão sobre o mercado num momento em que as cotações domésticas já estão deprimidas pelo real valorizado.
Hoje, o produtor recebe em média R$ 32,21 pela saca da oleaginosa no Paraná, conforme levantamento do Deral. O valor é 29% inferior ao apurado há um ano, mas é considerado pelos produtores mais atrativo que o preço do milho, cuja saca vale pouco mais de R$ 14. A opção pela oleaginosa é também uma forma de tentar contornar problemas de infraestrutura. Com os armazéns lotados, a liquidez pesa em favor da soja. Em muitos casos, a oleaginosa que sai da lavoura vai direto para o caminhão. A comercialização do milho, por outro lado, é mais complicada. Com estoques remanescentes de safras anteriores e mercado travado, produtores precisam de apoio do governo para vender o cereal.
Mais líquida e rentável, a soja safrinha deste ano ocupa espaços que em 2009 foram dedicados ao milho. O Oeste do estado, que tem tradição no cultivo do cereal de inverno, foi a região que registrou o maior incremento de área da oleaginosa na entressafra. O crescimento na comparação com o ano passado foi de 161%, o equivalente a pouco mais de 25 mil hectares. Em todo o estado, a soja ganhou 45,8 mil hectares neste inverno.
A colheita da soja safrinha foi oficialmente encerrada nesta semana, com o início do vazio sanitário, na terça-feira. O vazio sanitário proíbe o cultivo da oleaginosa durante 90 dias (15 de junho a 15 de setembro) como forma de controlar o avanço da ferrugem asiática no ciclo de verão. Para cumprir a determinação, muitos produtores tiveram que acelerar os trabalhos de campo. Durante o final de semana, não era difícil encontrar colheitadeiras varrendo lavouras de soja no Paraná.
A pressa se justifica. O produtor que desrespeitar o período do vazio sanitário é notificado. Caso não regularize a situação imediatamente, é autuado e fica sujeito a sanções que vão desde advertência até multa, proibição de comércio, interdição da propriedade e restrição ao crédito rural. As penas podem ser aplicadas isoladas ou cumulativamente e o valor das multas pode variar entre R$ 187 a R$ 10.112.
“Até segunda-feira, realizamos um trabalho de orientação, instruindo os agricultores a eliminar as plantas. A partir de agora, quem for flagrado com soja no campo será autuado”, alerta Maria Celeste Marcondes, engenheira agrônoma do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis) da Seab. No ano passado, a Seab realizou 70 autuações em uma área equivalente a 2 mil hectares de lavouras e 213 quilômetros de rodovia.
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Os preços baixos do milho fizeram com que muitos produtores paranaenses elegessem a soja como opção de safrinha neste ano. Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab), o plantio de 106,8 mil hectares deve render ao estado 182,1 mil toneladas do grão, volume que se soma às 13,9 milhões de toneladas produzidas na safra de verão, segundo cálculo da Expedição Safra RPC. Apesar de ainda ter pouca representatividade na produção total de soja do estado, a safrinha maior aumenta a pressão sobre o mercado num momento em que as cotações domésticas já estão deprimidas pelo real valorizado.
Hoje, o produtor recebe em média R$ 32,21 pela saca da oleaginosa no Paraná, conforme levantamento do Deral. O valor é 29% inferior ao apurado há um ano, mas é considerado pelos produtores mais atrativo que o preço do milho, cuja saca vale pouco mais de R$ 14. A opção pela oleaginosa é também uma forma de tentar contornar problemas de infraestrutura. Com os armazéns lotados, a liquidez pesa em favor da soja. Em muitos casos, a oleaginosa que sai da lavoura vai direto para o caminhão. A comercialização do milho, por outro lado, é mais complicada. Com estoques remanescentes de safras anteriores e mercado travado, produtores precisam de apoio do governo para vender o cereal.
Mais líquida e rentável, a soja safrinha deste ano ocupa espaços que em 2009 foram dedicados ao milho. O Oeste do estado, que tem tradição no cultivo do cereal de inverno, foi a região que registrou o maior incremento de área da oleaginosa na entressafra. O crescimento na comparação com o ano passado foi de 161%, o equivalente a pouco mais de 25 mil hectares. Em todo o estado, a soja ganhou 45,8 mil hectares neste inverno.
A colheita da soja safrinha foi oficialmente encerrada nesta semana, com o início do vazio sanitário, na terça-feira. O vazio sanitário proíbe o cultivo da oleaginosa durante 90 dias (15 de junho a 15 de setembro) como forma de controlar o avanço da ferrugem asiática no ciclo de verão. Para cumprir a determinação, muitos produtores tiveram que acelerar os trabalhos de campo. Durante o final de semana, não era difícil encontrar colheitadeiras varrendo lavouras de soja no Paraná.
A pressa se justifica. O produtor que desrespeitar o período do vazio sanitário é notificado. Caso não regularize a situação imediatamente, é autuado e fica sujeito a sanções que vão desde advertência até multa, proibição de comércio, interdição da propriedade e restrição ao crédito rural. As penas podem ser aplicadas isoladas ou cumulativamente e o valor das multas pode variar entre R$ 187 a R$ 10.112.
“Até segunda-feira, realizamos um trabalho de orientação, instruindo os agricultores a eliminar as plantas. A partir de agora, quem for flagrado com soja no campo será autuado”, alerta Maria Celeste Marcondes, engenheira agrônoma do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis) da Seab. No ano passado, a Seab realizou 70 autuações em uma área equivalente a 2 mil hectares de lavouras e 213 quilômetros de rodovia.