21
mai
2010
Safra recorde no RS alerta para riscos na comercialização

 

A projeção de safra recorde de grãos no Rio Grande do Sul pode não significar um bom negócio para o produtor. Se confirmada, a expectativa de uma colheita de 24.373.600 toneladas pode pressionar os preços para baixo. O presidente da Comissão de Grãos da Farsul, Hamilton Jardim, avalia que o produtor sai perdendo porque não tem retorno do investimento. "Infelizmente, por mais que se tenha recorde, em valor, esta safra ficou aquém do esperado."

No caso da soja, ele destaca que a saca de 60 kg comercializada ao preço médio de R$ 34,00 sairia por R$ 48,00 no mesmo período do ano passado. "A cada saca, o produtor deixa de ganhar R$ 14,00", avalia. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (20) pela presidente da Emater, Águeda Mezomo, e pelo secretário da Agricultura, Gilmar Tietböhl, a colheita da oleaginosa deve chegar a 10,05 milhões de t. Na contramão, estão o arroz e o trigo, que apresentam resultados inferiores aos da safra passada, com quedas de 10,19% e 10,8%, respectivamente.

A preocupação com a comercialização é compartilhada pelos pequenos produtores. "A safra é uma das melhores em quantidade. Mas, se falarmos de renda, com certeza não é", avalia o presidente da Fetag, Elton Weber. Um exemplo é o milho, que teve a redução de 16,2% na área compensada pelo rendimento de 4.703 kg/ha. Segundo o assessor da Emater Célio Colle, o resultado deverá garantir que a demanda interna seja atendida e a produção alcance os 5.471.738 de t. "Isso mostra que está se agregando tecnologia", completa. Contudo, Weber alerta que a saca tem preço de R$ 14,60 e custo de R$ 18,80.


Fonte: Correio do Povo

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