A variável clima será decisiva, mas a soja tem potencial para igualar ou até superar a marca de 13,8 milhões/t. O milho reduz 1,5 milhão/t
Com toda cautela que o tema requer, principalmente
A extensão destinada ao cereal de verão encolhe em mais de 170 mil hectares. Ele foi preterido basicamente por dois motivos. Apesar da cotação atual, atrativa, a relação custo/rentabilidade da safra passada desestimulou o plantio. A reação nos preços internos, a partir de agosto, aconteceu depois que a decisão de cultivo já havia sido tomada. O segundo fator é que o milho tem um risco climático maior do que a soja, que além de mais liquidez suporta mais e melhor possíveis veranicos, períodos de estiagens no desenvolvimento das lavouras, típicos do La Niña.
De qualquer forma, com mais soja e menos milho – puxado pelo cereal, o resultado total das duas culturas tende a ficar abaixo das 20,6 milhões de toneladas colhidas no ano passado –, o fato é que o mercado está e deve continuar em alta. Para os contratos de maio de 2011, que refletem a safra brasileira, a oleaginosa fechou o pregão desta segunda-feira, na Bolsa Chicago, cotado a US$ 12,91/bushel, ou US$ 28,47/saca de 60 quilos. O cereal, para o mesmo vencimento, encerrou as negociações a US$ 6,10/bushel ou US$ 14,40/saca de 60 quilos. O primeiro contrato, com liquidação para novembro da soja e dezembro do milho, fechou a segunda-feira valendo US$ 12,69 e US$ 5,90, respectivamente. Os preços internacionais em alta contribuem, inclusive, para amenizar o impacto negativo do câmbio, que, com o real valorizado, deixa as exportações pouco atraentes.
A Expedição Safra constatou uma redução no custo de produção, em torno de 6,8% na soja e de 3,5% no milho. O desembolso menor é sustentado pelo recuo dos preços dos fertilizantes e agroquímicos. A variação no custo, porém, depende da época de aquisição dos insumos. Quem deixou para comprar na boca da safra, quando os preços foram reajustados, pode não ter sido beneficiado com o custo menor.
Fonte: Gazeta do Povo - Giovani Ferreira