O presidente da Datagro, Plinio Nastari, disse, na abertura do evento Datagro Abertura de Safra de Soja, Milho e Algodão, que até o fim da década o Brasil pode colher 170 milhões a 180 milhões de toneladas de milho e 200 milhões de toneladas de soja.
Nastari afirmou ainda que só será possível agregar valor à produção se o Brasil tiver regulações que permitam certificações, citando o Renovabio.
Nastari também prestou homenagens ao atual ministro da Agricultura, Marcos Montes, destacando a sua contribuição para a criação do programa, e à ex-ministra Tereza Cristina.
Safra 22/23
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, disse que os primeiros levantamentos junto às associadas indicam uma área plantada de soja na safra 2022/23 próxima de 42 milhões de hectares em 2022/23, com a produção brasileira podendo atingir 151 milhões de toneladas.
Com isso, num cenário otimista, o processamento interno da oleaginosa pode alcançar 49,2 milhões de toneladas em 2022/23, segundo Nassar.
O representante assinalou que o Brasil deve exportar mais óleo de soja neste ano, e isso pode significar a continuidade do interesse de importadores no ano que vem.
“O mercado de óleo se comportou de forma muito diferente, sustentou o processamento em um momento em que o governo decidiu baixar a mistura de biodiesel”, disse.
Para 2023, a demanda chinesa por óleo de soja ainda é uma incógnita, mas Índia e Bangladesh têm interesse em diversificar fornecedores, segundo Nassar.
Conforme o representante, o Brasil cresceu em mercados de exportação em que não atuava tanto e as empresas associadas à Abiove podem querer consolidar essa posição.
Já do lado do farelo, Nassar destacou a abertura do mercado da China, mas ponderou que quanto o país vai comprar depende da sua estratégia.
“Pequenas compras chinesas representam enorme volume para a nossa exportação de farelo”, disse.
Quanto às margens, Nassar afirmou que 2022 começou com boas margens e elas foram caindo à medida que o preço da soja subiu.
Para o ano que vem, as margens previstas pela indústria devem manter o processamento ou aumentá-lo, “o que é muito positivo para o Brasil”.
O presidente da Aprosoja-SP, Azael Pizzolato Neto, disse que a safra que se inicia é “muito desafiadora” para os produtores.
“Apesar dos preços da soja em níveis históricos, quando olhamos a relação de troca, ela é muito ruim”, disse, destacando que sojicultor desembolsa 30 sacas da oleaginosa por tonelada de cloreto de potássio. Conforme o representante, para a safra 2022/23, produtor precisará de uso racional de recursos financeiros e fertilizantes.
Fonte: Canal Rural
Volte para a Listagem