A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou, nesta quinta-feira (8), a primeira projeção para a safra de grãos 2020/2021. A produção está estimada em 268,7 milhões de toneladas, superando em cerca de 11 milhões de toneladas o recorde de 257,7 milhões de toneladas da última safra, uma alta de 4,2% sobre o recorde anterior.
A área cultivada também vai crescer, na ordem de 1,3%. A expectativa é que nesta safra o plantio ocupe cerca de 66,8 milhões de hectares, o que corresponde a 879,5 mil hectares a mais. Soja, milho e arroz são os destaques.
Soja e milho protagonistas
O Brasil deve manter o posto de maior produtor mundial de soja. A produção é estimada em 133,7 milhões de toneladas, uma alta de 7% em relação a safra anterior quando foram colhidas pouco mais de 124 milhões de toneladas. A área plantada deve ter pequeno avanço de 2,5%, com 37,8 milhões de hectares. O maior número é esperado nos estados de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. Se o clima colaborar o estado gaúcho, por exemplo, deve ter alta de 70% na produção.
O milho também está em alta e deve atingir 105,2 milhões de toneladas, também a maior da série histórica. O aumento é de 2,6% sobre a anterior quando foram colhidas 102, 5 milhões de toneladas. A área plantada será 0,2% menor o que significa maior aporte de tecnologia na lavoura para aumento de produção. A primeira safra deve avançar 4,2 % com 26,7 milhões de toneladas; a segunda safra fechará em 76,7 milhões de toneladas ou 2,3% a mais; e a terceira safra está estimada em 1,6 milhão de toneladas, uma queda de mais de 7%.
Arroz com feijão
Vivendo uma boa valorização a área cultivada com arroz deve aumentar 1,6%, mas a equipe da Conab estima que a produtividade pode não ser tão boa quanto a da última safra. Caso se confirme a redução de 4,2% do volume colhido por hectare, a produção nacional de arroz será de 10,885 milhões de toneladas, ajustada ao consumo previsto. As exportações do grão, por sua vez, podem diminuir em cerca de 400 mil toneladas. No sequeiro são esperadas 887 mil toneladas, queda de 2% e no irrigado 9,9 milhões de toneladas, recuo de 2,7%.
A produção de feijão é distribuída em três safras e, por esse motivo, pode ter ajustes maiores que as outras culturas ao longo do ano. O estímulo para uma safra é influenciado pelos resultados da colheita anterior. Com base nos dados atuais, a Conab estima produção também semelhante ao consumo. A área pode ter pequeno aumento, mas a produtividade pode recuar. No balanço, a soma das três safras é esperada em 3,126 milhões de toneladas, o que significaria diminuição de 3,2% sobre a temporada passada.
Algodão em queda
Já para o algodão em pluma, projeta-se queda na área e na produtividade, com a produção devendo se limitar a 2,8 milhões de toneladas de pluma, redução de 6,2% sobre a safra passada. A área plantada deve ter queda de 3%, com 1,6 milhão de hectares.
Os maiores destaques da cotonicultura nacional continuam sendo Mato Grosso e Bahia, que, juntos, devem representar mais de 88% da área estimada para o cultivo do algodão no país.
Exportação
Mesmo com as dificuldades causadas pela pandemia de COVID-19, as exportações da pluma de algodão caminham para um recorde. Até setembro deste ano, o total exportado foi de 1,2 milhão de toneladas, 49% a mais do que o acumulado do mesmo período no ano passado.
Em relação ao milho, para o ano safra atual, foi mantida a previsão de exportações em 34,5 milhões de toneladas. Em setembro, os embarques alcançaram 6,6 milhões de toneladas, 2,6% a mais que no mesmo período do ano passado.
Para a soja, a expectativa de venda para o mercado externo está em torno de 82 milhões de toneladas para este ano; para o próximo, são esperadas cerca de 85 milhões de toneladas, o que representaria aumento de 3,7%. O suporte seria dado pelo câmbio, que pode se manter elevado nos próximos meses.
Fonte: Agrolink
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