Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento prevê que a produção total de grãos no Paraná poderá alcançar 33,31 milhões de toneladas na safra 2010/11, volume 1,5% maior que o da safra anterior, quando foram colhidas 32,82 milhões de toneladas.
A consolidação dessa estimativa – liderada pela safra de verão, que atingiu 21,98 milhões de toneladas – depende da produção de milho da segunda safra e do trigo, cujas lavouras ainda estão em desenvolvimento.
De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), essa previsão poderá sofrer alterações no próximo mês em decorrência das quedas de temperaturas que atingiram praticamente todo o Estado na madrugada desta segunda-feira (27). Foi registrada a primeira geada do ano com abrangência em todas as regiões do Estado, com variadas intensidades: desde temperaturas negativas de -3,4ºC na região de Guarapuava, que foram as menores do Estado, até 8ºC no Litoral do Estado.
A safra de grãos 2010/11 está apresentando um bom desempenho em função das boas condições de clima durante o desenvolvimento das lavouras e da utilização de tecnologia por parte do produtor rural, que tem auxiliado no enfrentamento das adversidades climáticas. Segundo o chefe da conjuntura do Deral, Marcelo Garrido, não fosse a aplicação de tecnologia dificilmente o produtor paranaense teria evitado perdas severas na produção de grãos durante estiagem ocorrida em maio desse ano.
SOJA – A safra de verão foi liderada pela produção de soja, que rendeu um volume de 15,31 milhões de toneladas, cerca de 10% acima da projeção inicial feita pelo Deral. O aumento na produção ocorreu em função do conjunto de fatores, como área plantada maior e produtividade recorde: 3.400 quilos por hectare colhidos, em média, nas lavouras paranaenses.
MILHO – O milho da primeira safra rendeu um volume de 5,93 milhões de toneladas, 8% acima do esperado. O Paraná plantou a menor área com milho nesse período do ano desde a década de 60, mas a produtividade mudou de patamar no Estado, saindo de uma média de 5.500 a 6.000 quilos por hectare para uma média de 7.874 quilos.
FEIJÃO – A produção total de feijão, considerando as três safras plantadas no Estado, está rendendo um volume de 837 mil toneladas, que corresponde a um crescimento de 5,7% em relação à safra 2010, cuja produção alcançou 792 mil toneladas. Segundo Garrido, a produção foi boa no Paraná mas os produtores não ficaram satisfeitos com a comercialização. Os preços ficaram abaixo do preço mínimo de garantia do governo federal, que é de R$ 80,00 a saca.
SEGUNDA SAFRA – Na reavaliação da previsão do milho da segunda safra, a área plantada cresceu 6,8%, passando de uma expectativa inicial de 1,62 milhão de hectares para 1,73 milhão de hectares. Em relação à área cultivada em igual período do ano passado, a área plantada com milho da segunda safra cresceu 27% no Paraná, devendo apresentar uma produção de 7,44 milhões de toneladas.
Esse volume já embute uma quebra de 8,4% na previsão de produção, provocada pela estiagem ocorrida em maio. Mesmo com a falta de chuvas, a produção a ser colhida é recorde e 9% maior em relação à segunda safra do ano passado, quando foram colhidas 6,82 milhões de toneladas.
GEADAS – Garrido chama a atenção para uma provável alteração na previsão de produção do milho da segunda safra 2011 em função das geadas ocorridas na madrugada desta segunda-feira. Há relatos de geadas médias a fortes nas principais regiões produtoras de milho, que poderão influenciar no resultado final da produção. Na principal região produtora de milho da segunda safra, no Oeste do Estado, as temperaturas registradas foram negativas em -1º C, no Norte com 2,7º C e na região Central com 0ºC.
Segundo o serviço de Alerta Geada do Iapar, divulgado nesta segunda-feira (27), o frio se intensifica em todo o Estado na terça-feira (28), com nova formação de geadas, inclusive na região Norte. Permanece a previsão de geadas fortes nos Campos Gerais, Sul, Centro e Oeste Paranaense.
TRIGO – As lavouras de trigo apresentam uma quebra de 2% em relação à expectativa inicial, devendo ser colhidas 2,8 milhões de toneladas, cerca de 860 mil toneladas a menos que a projeção inicial feita pelo Deral. A quebra de safra também foi provocada pela estiagem ocorrida em maio, mas o resultado final ainda poderá ser revertido diante do desempenho da cultura em outras regiões. Por enquanto a queda de temperaturas não afetou a cultura e as perdas previstas podem se reverter, informa o Deral.
Fonte: Agência Estadual de Notícias
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