25
ago
2017
Rússia vai inundar o mundo de trigo

Terceiro maior exportador de insumos do mundo, atrás apenas da União Europeia e dos EUA, a Rússia deve consolidar a liderança mundial na exportação de trigo. O país tem potencial para colher até 128 milhões de toneladas do cereal na temporada 2017/2018 (aumento de 49% nas últimas cinco safras) e inundar o mercado externo com 31,5 milhões de toneladas (aumento de 69% no período).

No painel “Russia: Grande Player do Inverno” o destaque foi o trabalho que o país tem desenvolvido ao longo dos últimos anos para ocupar uma posição de destaque entre os principais exportadores de trigo, impactando nos valores praticados no mercado do grão em todo o mundo. “O papel importante foi feito com sementes de alta qualidade, e também aumentando o maquinário agrícola”, destaca o membro do Russian Grain Union, Maksim Golovin.

O diretor do Sindicato das Indústrias de Trigo no Estado do Paraná (Sinditrigo-PR), Daniel Kummel, alerta que nunca houve tanto trigo disponível no mercado, chegando a aproximadamente 737 milhões de toneladas. “O volume é muito grande e o consumo não acompanhou a produção. Consequentemente, o trigo vai sofrer efeito nessa campanha devido à quantidade disponível”, relatou

Na temporada 2015/2016, o Brasil produziu 6,72 milhões de toneladas de trigo, mas o consumo interno anual se aproxima de 12 milhões de toneladas – diferença suprida pelas importações. No ciclo atual, com previsão de queda de 20% na produção interna do cereal, segundo números da Expedição Safra, a necessidade pelo produto internacional vai aumentar. O principal fornecedor brasileiro é a Argentina, seguida pelo Paraguai – que enfrenta quebra na safra atual de trigo – e o Uruguai, todos localizados na América do Sul.

Atualmente, o gigante Europeu exporta para 130 países, principalmente na Europa, Ásia e Norte da África. “O Brasil não é um mercado por questões logísticas, preço e barreiras comerciais. Por favor, derrubem essas barreiras”, pediu Maksim Golovin. Segundo ele, a Rússia pode chegar a produzir até 150 milhões de toneladas do cereal de inverno. 

 

Fonte: Gazeta do Povo

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