Depois de uma alta exponencial nos preços dos fertilizantes com o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, agora outra medida extrema preocupa a agricultura brasileira. A Rússia anunciou que suspendeu as exportações de fertilizantes para o Brasil. O anúncio foi feito pelo embaixador Sergey Lukashevich que explicou que o país foi obrigado a suspender o comércio já que a Lituânia fechou as fronteiras e impede acesso ao corredor logístico.
“Isso é democracia?”, questionou ele. Belarus reponde por 20% de todos os fertilizantes consumidos pelo Brasil. Sem esses produtos, a oferta vai diminuir e o preço, disparar. No último ano, ficaram 155% mais caros. Como solução o governo brasileiro pode aumentar compra de países como Canadá e Irã.
“O lado lituano proibiu o trânsito sob pretextos políticos rebuscados e declarou que o trânsito de fertilizantes de potássio bielorussos para o Brasil, entre outras coisas, ameaçava a segurança nacional da Lituânia”, completa a nota.
O receio é de que a interrupção das exportações pela Rússia e pela Belarus elevem o preço do produto, prejudicando a safra brasileira deste ano. A bancada ruralista também está temerosa em relação aos rumos da guerra no Leste Europeu. O deputado federal Neri Geller (PP-MT), o conflito pode provocar um aumento vertiginoso do insumo agrícola. E isso terá impacto direto no bolso do consumidor.
Segundo o parlamentar o custo da tonelada do potássio subiu de US$ 320 para US$ 850 nos últimos doze meses. "Não sabemos como ficará a situação caso as sanções atinjam os fertilizantes. Se houver sanções nesse sentido, vamos ter reflexos. Talvez falte produto para fazer a próxima safra, ou aumente muito o custo, porque terá que vir de outros lugares, como Arábia Saudita, Irã, Bolívia. Mas não é suficiente para a quantia que produzimos", completou ele em entrevista ao Correio Braziliense.
Um dos estados mais prejudicados é Mato Grosso, justamente o maior produtor nacional de grãos. Segundo dados da Conab, em 2021, a Rússia participa com 21% dos nitrogenados e, no caso específico do nitrato de amônio, o país é praticamente o único fornecedor para o Brasil. Em janeiro foram internalizadas 2,31 milhões de toneladas de fertilizantes -, inferior em 15,2% aos quantitativos de janeiro do ano anterior, apresentando, no entanto, dispêndios sem precedentes - U$1.146,2 milhão, uma vez que os preços médios dos itens importados atingiram o recorde de U$ 496,62/ton. -, incremento de 110,4%, em relação aos preços praticados no mesmo período do ano passado.
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Fonte: Agrolink
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