Além de afetar o andamento da colheita de soja, o oitavo dia seguindo de protestos nas rodovias brasileiras está influenciando o comportamento dos preços e o ritmo de comercialização. Há impacto na chegada de produtos de exportação aos portos, com reflexo no mercado externo.
Nesta terça-feira (24) os contratos futuros da soja fecharam em alta de mais de 1% na Bolsa de Mercadorias e Futuros de Chicago (CBOT), referência internacional para os preços da commodity, com operadores preocupados com a oferta do Brasil. Foi o maior patamar de preços em seis semanas, com contratos como o maio/2015 chegando a US$ 10,18 por bushel, ganho de 17,25 centavos
Criou-se a expectativa de que a demanda pelo grão poderá se deslocar novamente para os Estados Unidos, garantindo sustentação aos preços. As vendas internas brasileiras também travaram, indicam os analistas. Nesta quarta-feira (25) o movimento é de ajuste, e os principais vencimentos registram baixa.
Logística
Conforme avaliação da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), mesmo que os protestos sejam suspensos em breve a expectativa é de que haja problemas para normalizar a situação do abastecimento de indústrias e portos, com reflexos nas operações da cadeia exportadora e produtora. "Vai escoar um monte de soja e milho tudo de uma vez… e a gente não tem armazenagem para segurar tudo isso", afirmou o gerente de economia da entidade, Daniel Furlan Amaral.
Segundo o representante da Abiove, os protestos ainda não chegaram a interromper as exportações de soja, que estão em seu início da temporada do Brasil, porque os portos exportadores tinham algum estoque antes do início das manifestações. Mas, se os protestos continuarem, a soja que estava armazenada nos portos poderá acabar, prejudicando os embarques e gerando custos adicionais, por conta de multas aplicadas em atrasos no embarque de navios.
A ALL, maior operador ferroviário do país, informou que a paralisação de caminhoneiros está afetando as operações da empresa, devido à falta de produtos nos terminais.
Fonte: Gazeta do Povo
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