18
mar
2010
Proposta de exigir trigo de melhor qualidade desestimula produtores
A proposta do governo de exigir trigo de melhor qualidade desestimula os produtores, que alegam investir na cultura para ajudar na produção interna do alimento. Os problemas vão além dos critérios de corte. Com as novas exigências, o cereal deverá ser analisado na balança antes de ser depositado nos armazéns. “Não há como fazer essa classificação na balança. Isso demanda tempo e estrutura, que ninguém tem, inclusive os moinhos”, afirma o presidente da Coamo, Aroldo Galassini.
Ele acredita que Brasília age sob pressão da indústria. “Estamos resistindo e não podemos aceitar essa proposta, pois estaremos criando uma intriga com os produtores. Queremos uma proposta clara que satisfaça o agricultor.” O executivo acredita que, se a proposta entrar em vigor como está, muitos produtores vão deixar de cultivar o trigo. “Haverá uma redução drástica do plantio, vai acontecer como ocorreu com o café e o algodão. Somente quem gosta muito da cultura vai permanecer plantando.” A discussão segue até 8 de abril, quando o governo pretende reunir propostas e bater martelo sobre o assunto.
Por conta das constantes frustrações geradas pelo preço baixo e pelas intempéries climáticas, o produtor José Dinarte Rodrigues pretende plantar aveia como cobertura de solo ao invés de investir no trigo. “Desde o ano passado, o trigo está fora da cotação da cooperativa (Coamo). É sinal que não vale a pena investir na cultura. Se o governo exigir mais na classificação, os produtores vão desaparecer”, afirma o triticultor.
Mesmo com as mudanças que o governo propõe para a classificação do trigo, o agricultor Abbas Ali Ayoub não pretende deixar de cultivar o cereal. “Sou um apaixonado pela cultura. Prefiro plantar trigo à soja”, enfatiza. Na safra passada, ele plantou 43 hectares e colheu média de 2,8 mil quilos por hectare. “A produção só não foi maior por conta da chuva na época da florada. A previsão era de 3,7 mil quilos”, conta. Conforme ele, a produção foi suficiente para saldar as dívidas. A qualidade do trigo do último ano foi considerada ruim. Num quadro de boa oferta, os moinhos reduziram preços. “O agricultor tem de ter dom e saber cultivar o trigo, senão vai à falência”, avalia.
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Ele acredita que Brasília age sob pressão da indústria. “Estamos resistindo e não podemos aceitar essa proposta, pois estaremos criando uma intriga com os produtores. Queremos uma proposta clara que satisfaça o agricultor.” O executivo acredita que, se a proposta entrar em vigor como está, muitos produtores vão deixar de cultivar o trigo. “Haverá uma redução drástica do plantio, vai acontecer como ocorreu com o café e o algodão. Somente quem gosta muito da cultura vai permanecer plantando.” A discussão segue até 8 de abril, quando o governo pretende reunir propostas e bater martelo sobre o assunto.
Por conta das constantes frustrações geradas pelo preço baixo e pelas intempéries climáticas, o produtor José Dinarte Rodrigues pretende plantar aveia como cobertura de solo ao invés de investir no trigo. “Desde o ano passado, o trigo está fora da cotação da cooperativa (Coamo). É sinal que não vale a pena investir na cultura. Se o governo exigir mais na classificação, os produtores vão desaparecer”, afirma o triticultor.
Mesmo com as mudanças que o governo propõe para a classificação do trigo, o agricultor Abbas Ali Ayoub não pretende deixar de cultivar o cereal. “Sou um apaixonado pela cultura. Prefiro plantar trigo à soja”, enfatiza. Na safra passada, ele plantou 43 hectares e colheu média de 2,8 mil quilos por hectare. “A produção só não foi maior por conta da chuva na época da florada. A previsão era de 3,7 mil quilos”, conta. Conforme ele, a produção foi suficiente para saldar as dívidas. A qualidade do trigo do último ano foi considerada ruim. Num quadro de boa oferta, os moinhos reduziram preços. “O agricultor tem de ter dom e saber cultivar o trigo, senão vai à falência”, avalia.