29
nov
2013
Produtores tentam evitar novo caos na safra de soja
Mariana Mainenti
Sem obras de infraestrutura, a melhoria da gestão dos embarques é considerada solução
A três meses do início dos embarques da soja da próxima safra, o governo inicia uma gestão intensiva para que a logística de transporte dê vazão às necessidades de escoamento. Nesta sexta-feira (29), os ministros da Secretaria de Portos, Antonio Henrique Silveira, dos Transportes, César Borges, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, vão se reunir para discutir medidas para enfrentar os problemas provocados nas cidades pelo escoamento da safra de grãos. As medidas adotadas recentemente pelo governo somente surtirão efeito em médio e longo prazos. Por isso, os produtores também adotaram medidas por conta própria, como o aumento do prazo para as exportações, para minimizar o risco de problemas na operação em 2014.
"Temos uma preocupação conjuntural, principalmente na relação porto-cidade. Vamos dar um primeiro passo na coordenação de esforços para que o processo possa ser feito da forma mais ágil possível", informou o ministro Silveira, ao participar de seminário sobre logística na semana passada. O ministro reconheceu que não há tempo para a entrega de obras e disse que a preocupação agora é com a gestão. "Estamos planejando uma gestão intensiva para que haja a menor interferência possível do escoamento da safra na vida urbana", disse Silveira.
"Ainda temos uma grande concentração das exportações no Porto de Santos e as obras de expansão nos outros portos não foram concluídas a tempo do escoamento da próxima safra", afirmou a gerente de Relações Institucionais da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Maria Amélia Zanini.
Segundo dados da Associação, 59% dos embarques são realizados pelo Porto de Santos; 12% por Paranaguá; 10% por Manaus; 7% por Vitória; 5% por Santarém e 4% por São Francisco do Sul. "Para não repetirmos o caos que aconteceu no escoamento da safra passada, os produtores estão programando os contratos de exportação para entrega em um prazo maior. Normalmente, as entregas começam em fevereiro, e se intensificam em março, abril e maio. Mas, em 2014, elas estão sendo programadas também para junho e julho", informou Maria Amélia.
Para o diretor-técnico da Associação Nacional dos Usuários dos Transportes de Carga (Anut), Renato Voltaire, a conclusão de algumas obras no país vai reduzir os problemas de escoamento na próxima safra, mas não o suficiente para evitar congestionamentos. "Muitos problemas importantes já estão sendo equacionados mas ainda estão sendo feitos ajustes em Santos/Paranaguá. No momento, há um problema no fluxo de descarregamento de caminhões e carregamento de trens. Por isso, ainda deve haver engarrafamentos", afirmou Voltaire. Segundo ele, no entanto, as perspectivas para o futuro são mais animadoras. "Principalmente, pela evolução das obras no eixo Norte, podemos ter uma visão otimista de que boa parte dos problemas de escoamento do país estarão equacionados em dois ou três anos", previu.
Como a safra do ano que vem deve ser novamente recorde, um grupo de trabalho formado pelos ministérios dos Transportes e Agricultura e Secretaria Especial de Portos está estudando medidas de curto, médio e longo prazos para melhorar a logística do escoamento da produção, visando a atenuar os congestionamentos de veículos que poderão ocorrer durante a movimentação da safra.
No médio e longo prazos, o governo aposta que as concessões de rodovias, como a anunciada ontem, trarão melhorias significativas para o escoamento de grãos. "A concessão da BR-163, no Mato Grosso, faz parte do planejamento logístico de transportes como uma das principais vias de escoamento da produção das regiões Centro-Oeste, notadamente do Mato Grosso, e Norte do país. No dia 17 de dezembro, mais um trecho da BR-163, agora no Mato Grosso do Sul, será leiloado. Essas concessões demonstram a importância da BR-163 na logística. Os demais trechos previstos para os leilões de concessão também compõem a meta do governo federal para aumentar significativamente a malha rodoviária do país com mais de 7 mil quilômetros de estradas", informou o Ministério dos Transportes.
Sem obras de infraestrutura, a melhoria da gestão dos embarques é considerada solução
A três meses do início dos embarques da soja da próxima safra, o governo inicia uma gestão intensiva para que a logística de transporte dê vazão às necessidades de escoamento. Nesta sexta-feira (29), os ministros da Secretaria de Portos, Antonio Henrique Silveira, dos Transportes, César Borges, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, vão se reunir para discutir medidas para enfrentar os problemas provocados nas cidades pelo escoamento da safra de grãos. As medidas adotadas recentemente pelo governo somente surtirão efeito em médio e longo prazos. Por isso, os produtores também adotaram medidas por conta própria, como o aumento do prazo para as exportações, para minimizar o risco de problemas na operação em 2014.
"Temos uma preocupação conjuntural, principalmente na relação porto-cidade. Vamos dar um primeiro passo na coordenação de esforços para que o processo possa ser feito da forma mais ágil possível", informou o ministro Silveira, ao participar de seminário sobre logística na semana passada. O ministro reconheceu que não há tempo para a entrega de obras e disse que a preocupação agora é com a gestão. "Estamos planejando uma gestão intensiva para que haja a menor interferência possível do escoamento da safra na vida urbana", disse Silveira.
"Ainda temos uma grande concentração das exportações no Porto de Santos e as obras de expansão nos outros portos não foram concluídas a tempo do escoamento da próxima safra", afirmou a gerente de Relações Institucionais da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Maria Amélia Zanini.
Segundo dados da Associação, 59% dos embarques são realizados pelo Porto de Santos; 12% por Paranaguá; 10% por Manaus; 7% por Vitória; 5% por Santarém e 4% por São Francisco do Sul. "Para não repetirmos o caos que aconteceu no escoamento da safra passada, os produtores estão programando os contratos de exportação para entrega em um prazo maior. Normalmente, as entregas começam em fevereiro, e se intensificam em março, abril e maio. Mas, em 2014, elas estão sendo programadas também para junho e julho", informou Maria Amélia.
Para o diretor-técnico da Associação Nacional dos Usuários dos Transportes de Carga (Anut), Renato Voltaire, a conclusão de algumas obras no país vai reduzir os problemas de escoamento na próxima safra, mas não o suficiente para evitar congestionamentos. "Muitos problemas importantes já estão sendo equacionados mas ainda estão sendo feitos ajustes em Santos/Paranaguá. No momento, há um problema no fluxo de descarregamento de caminhões e carregamento de trens. Por isso, ainda deve haver engarrafamentos", afirmou Voltaire. Segundo ele, no entanto, as perspectivas para o futuro são mais animadoras. "Principalmente, pela evolução das obras no eixo Norte, podemos ter uma visão otimista de que boa parte dos problemas de escoamento do país estarão equacionados em dois ou três anos", previu.
Como a safra do ano que vem deve ser novamente recorde, um grupo de trabalho formado pelos ministérios dos Transportes e Agricultura e Secretaria Especial de Portos está estudando medidas de curto, médio e longo prazos para melhorar a logística do escoamento da produção, visando a atenuar os congestionamentos de veículos que poderão ocorrer durante a movimentação da safra.
No médio e longo prazos, o governo aposta que as concessões de rodovias, como a anunciada ontem, trarão melhorias significativas para o escoamento de grãos. "A concessão da BR-163, no Mato Grosso, faz parte do planejamento logístico de transportes como uma das principais vias de escoamento da produção das regiões Centro-Oeste, notadamente do Mato Grosso, e Norte do país. No dia 17 de dezembro, mais um trecho da BR-163, agora no Mato Grosso do Sul, será leiloado. Essas concessões demonstram a importância da BR-163 na logística. Os demais trechos previstos para os leilões de concessão também compõem a meta do governo federal para aumentar significativamente a malha rodoviária do país com mais de 7 mil quilômetros de estradas", informou o Ministério dos Transportes.
Fonte: Brasil Econômico