As últimas horas foram de intensa movimentação política e lobista, mas o governo federal finalmente vai prorrogar a vigência, por mais 30 dias, da Tarifa Externa Comum (TEC), no percentual de 10%, para as importações de trigo. A decisão foi fruto de um trabalho intenso de grupos representativos dos produtores rurais, entre eles a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul).
“Foi uma jornada dura, mas, ao final, conseguimos mais essa importante vitória para o agricultor brasileiro”, afirmou a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu. ela destaca que a participação do presidente da Farsul, Carlos Sperotto, foi decisiva. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) oficializará a medida em portaria a ser publicada no Diário Oficial.
A principal preocupação do setor produtivo era o de evitar a queda nos preços de comercialização do produto nacional, estimulando os triticultores que estão em plena época do plantio. Além disso, só no Rio Grande do Sul os estoques estão em 900 mil toneladas de trigo. Em 2013, quando a TEC foi relaxada para importar 600 mil toneladas de trigo dos EUA e Canadá, os preços do produto no mercado nacional caíram de R$ 900 para R$ 730 a tonelada, prejudicando principalmente a triticultura gaúcha.
A TEC incide sobre as importações de trigo dos Estados Unidos, Canadá e Austrália, mas isenta os países do Mercosul. A produção brasileira de trigo deste ano deve superar os 7 milhões de toneladas, mas o consumo interno é de 11,5 milhões de toneladas.