20
abr
2010
Produtor se diz refém da cultura de trigo
Os produtores de trigo dizem que, neste ano, tiveram a prova de que estão presos à cultura. Só não escapam por que não podem, alegam. A redução estadual de 12% na área só não teria sido maior porque a alternativa de inverno mais plantada no Oeste, o milho 2ª safra, está com preço abaixo do custo (R$ 14 a saca) e porque não há outra cultura comercial tecnicamente desenvolvida para as regiões mais frias.
Sem a opção de plantar milho, Willem Bauwman, de Tibagi (Campos Gerais), reduziu a área do trigo de 1,2 mil para 1,1 mil hectares seguindo planejamento técnico-agronômico. “Nesse planejamento, não consideramos o mercado ou as novas regras. Agora estamos muito apreensivos.” Ele considera que as novas exigências de padrão podem trazer também certa tranquilidade. “Ter regras claras é melhor do que brigar com a indústria lá na frente.”
Para quem ainda não vendeu o trigo da safra passada e teme que o quadro se repita, as mudanças são uma preocupação extra. O agricultor Enio Pasquale, de Campo Mourão (Centro-Oeste), plantou 726 hectares um ano atrás, colheu uma média 37 sacas por hectare e não sabe o que fazer com 7 mil sacas estocadas na cooperativa à espera de comprador. Por conta disso, nesta safra, reduziu em 80% a área de plantio. “Vou plantar em apenas 145,2 hectares porque tenho semente e para fazer cobertura de solo. Investir no trigo é o mesmo que rasgar dinheiro.”
Albino Nespolo, da mesma região, que planeja plantar o cereal em 96,8 hectares, já prevê prejuízo. “Além de ser uma lavoura de alto risco, sequer preço tem. Vou plantar para ocupar a terra e porque tenho sementes, mas não sei para quem vou vender a produção”, reclama. Vale lembrar: o Brasil chega a importar 5 milhões de toneladas de trigo por ano.
Volte para a Listagem
Sem a opção de plantar milho, Willem Bauwman, de Tibagi (Campos Gerais), reduziu a área do trigo de 1,2 mil para 1,1 mil hectares seguindo planejamento técnico-agronômico. “Nesse planejamento, não consideramos o mercado ou as novas regras. Agora estamos muito apreensivos.” Ele considera que as novas exigências de padrão podem trazer também certa tranquilidade. “Ter regras claras é melhor do que brigar com a indústria lá na frente.”
Para quem ainda não vendeu o trigo da safra passada e teme que o quadro se repita, as mudanças são uma preocupação extra. O agricultor Enio Pasquale, de Campo Mourão (Centro-Oeste), plantou 726 hectares um ano atrás, colheu uma média 37 sacas por hectare e não sabe o que fazer com 7 mil sacas estocadas na cooperativa à espera de comprador. Por conta disso, nesta safra, reduziu em 80% a área de plantio. “Vou plantar em apenas 145,2 hectares porque tenho semente e para fazer cobertura de solo. Investir no trigo é o mesmo que rasgar dinheiro.”
Albino Nespolo, da mesma região, que planeja plantar o cereal em 96,8 hectares, já prevê prejuízo. “Além de ser uma lavoura de alto risco, sequer preço tem. Vou plantar para ocupar a terra e porque tenho sementes, mas não sei para quem vou vender a produção”, reclama. Vale lembrar: o Brasil chega a importar 5 milhões de toneladas de trigo por ano.