03
dez
2013
Produtor paranaense paga pelo aumento do pedágio
Estudo da Ocepar aponta impacto da alta de 5,72% na tarifa sobre o transporte de soja e milho
O reajuste de 5,72% nas tarifas de pedágio no Estado, ocorrido na semana passada, pode comprometer parte da renda do produtor paranaense. Segundo um estudo elaborado pela Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) essa alta será repassada diretamente para o produtor. O levantamento estima que uma carga proveniente de Foz do Iguaçu com destino ao Porto de Paranaguá pode sofrer impacto de até 8,5% no preço recebido pelo produtor de milho e 2,3% no valor da soja.
No trecho Cascavel – Paranaguá, outra forte rota de escoamento de grãos, o comprometimento no preço pago ao produtor chega a 6,9% para o milho e 1,8% para a soja. O estudo revelou que não só grandes distâncias ficaram mais caras, mas também as consideradas pequenas. De Ponta Grossa para Paranaguá, por exemplo, o impacto registrado no bolso do agricultor para o milho e para soja ficou respectivamente em 2,7% e 0,7%.
Segundo dados da Ocepar, em média, o pedágio equivale a 21,5% do custo de frete de grãos, podendo chegar a 31,5%. No caso das cargas saídas de Cascavel, o pedágio equivale a 25,4% do custo do transporte. O transporte da matéria-prima (soja e milho) de Foz até Paranaguá passa a custar R$ 697,60 só com pedágio.
Mesmo mais perto do porto, o efeito do preço do pedágio saindo de Ponta Grossa chega a praticamente 12,7% do valor do frete. Conforme informações da entidade, 70% da produção de grãos são transportados por rodovias e 30% por ferrovias.
Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Ocepar, explica que a produção cresceu mais do que os investimentos em escoamento. Uma solução para reverter esse gargalo logístico seria incentivar a construção de mais unidades de armazenamento. "O ideal é termos uma capacidade de armazenamento igual à de produção", sustenta. Com os grãos armazenados, o produtor pode estudar melhor quando e como vai transportar os seus produtos. Conforme dados da organização, no País a capacidade de armazenamento é de 140 milhões de toneladas de grãos, enquanto a produção é em média de 190 milhões de toneladas.
Celso Otani, gerente logístico da cooperativa Integrada, concorda que investir em armazenagem pode amenizar o problema. Contudo, os sucessivos recordes de produção e produtividade têm superado a capacidade de crescimento do setor de armazenagem. "Em nossa cooperativa, estamos fazendo os investimentos", completa.
Segundo Turra, outra alternativa que as cooperativas paranaenses têm adotado é a industrialização. Para ele, o alto custo do transporte tem forçado as cooperativas a investirem em produtos de maior valor agregado. Nesse tipo de produto, completa ele, a influência do frete é menor. Questionado pela FOLHA sobre o aumento dos investimentos em ferrovia para reduzir os custos, Turra aponta que o valor do frete ferroviário tem ficado semelhante se comparado ao rodoviário, por isso muitos têm preferido o transporte por caminhões.
Moacir Sgarioni, presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), aponta que pior do que o preço alto do pedágio são as estradas ruins. Ele destaca que no Norte do Estado, as pistas são simples, prejudicando o escoamento e aumentando os índices de acidentes. "Temos que melhorar a logística para dar mais vantagens para o agricultor", observa.
Ricardo Maia
O reajuste de 5,72% nas tarifas de pedágio no Estado, ocorrido na semana passada, pode comprometer parte da renda do produtor paranaense. Segundo um estudo elaborado pela Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) essa alta será repassada diretamente para o produtor. O levantamento estima que uma carga proveniente de Foz do Iguaçu com destino ao Porto de Paranaguá pode sofrer impacto de até 8,5% no preço recebido pelo produtor de milho e 2,3% no valor da soja.
No trecho Cascavel – Paranaguá, outra forte rota de escoamento de grãos, o comprometimento no preço pago ao produtor chega a 6,9% para o milho e 1,8% para a soja. O estudo revelou que não só grandes distâncias ficaram mais caras, mas também as consideradas pequenas. De Ponta Grossa para Paranaguá, por exemplo, o impacto registrado no bolso do agricultor para o milho e para soja ficou respectivamente em 2,7% e 0,7%.
Segundo dados da Ocepar, em média, o pedágio equivale a 21,5% do custo de frete de grãos, podendo chegar a 31,5%. No caso das cargas saídas de Cascavel, o pedágio equivale a 25,4% do custo do transporte. O transporte da matéria-prima (soja e milho) de Foz até Paranaguá passa a custar R$ 697,60 só com pedágio.
Mesmo mais perto do porto, o efeito do preço do pedágio saindo de Ponta Grossa chega a praticamente 12,7% do valor do frete. Conforme informações da entidade, 70% da produção de grãos são transportados por rodovias e 30% por ferrovias.
Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Ocepar, explica que a produção cresceu mais do que os investimentos em escoamento. Uma solução para reverter esse gargalo logístico seria incentivar a construção de mais unidades de armazenamento. "O ideal é termos uma capacidade de armazenamento igual à de produção", sustenta. Com os grãos armazenados, o produtor pode estudar melhor quando e como vai transportar os seus produtos. Conforme dados da organização, no País a capacidade de armazenamento é de 140 milhões de toneladas de grãos, enquanto a produção é em média de 190 milhões de toneladas.
Celso Otani, gerente logístico da cooperativa Integrada, concorda que investir em armazenagem pode amenizar o problema. Contudo, os sucessivos recordes de produção e produtividade têm superado a capacidade de crescimento do setor de armazenagem. "Em nossa cooperativa, estamos fazendo os investimentos", completa.
Segundo Turra, outra alternativa que as cooperativas paranaenses têm adotado é a industrialização. Para ele, o alto custo do transporte tem forçado as cooperativas a investirem em produtos de maior valor agregado. Nesse tipo de produto, completa ele, a influência do frete é menor. Questionado pela FOLHA sobre o aumento dos investimentos em ferrovia para reduzir os custos, Turra aponta que o valor do frete ferroviário tem ficado semelhante se comparado ao rodoviário, por isso muitos têm preferido o transporte por caminhões.
Moacir Sgarioni, presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), aponta que pior do que o preço alto do pedágio são as estradas ruins. Ele destaca que no Norte do Estado, as pistas são simples, prejudicando o escoamento e aumentando os índices de acidentes. "Temos que melhorar a logística para dar mais vantagens para o agricultor", observa.
Ricardo Maia
Fonte: Folha Web