– O relatório do USDA de junho elevou as exportações de soja dos EUA na temporada 2021/22 para 59,06 milhões de toneladas, ajustando sua projeção ao maior fluxo de compra por parte da China diante da quebra da safra na América do Sul. O avanço nas exportações acaba afetando negativamente tanto as projeções de estoques para o final do atual ciclo 21/22 como também da temporada 22/23. Nesse sentido, é bom ficar atento ao andamento das compras da China nos Estados Unidos, pois servirá de termômetro para determinar oferta 22/23 norte-americana (produção + estoque). E quanto mais baixos os estoques ao final do atual ciclo, mais da produção futura será usada para recompor as reservas, afetando a curva de preços da soja em Chicago ao longo do segundo semestre;
– O foco fundamental do mercado é o plantio nos EUA e o número final de área do USDA, que será divulgado no próximo dia 30 de junho. Um ajuste na projeção preliminar de área plantada nos EUA servirá como referência para um realinhamento na curva de preço da soja em Chicago;
– Depois da definição da área, o radar do mercado passa às condições das lavouras e as projeções de produtividade para a próxima safra norte-americana. Nesse sentido, o “mercado de clima” deve alcançar o seu auge. É bom ficar atento pois a volatilidade climática pode trazer novas oportunidades aos produtores brasileiros;
– É bom lembrar que os baixos estoques de soja, especialmente nos EUA, deixam o mercado muito mais sensível às notícias de clima. Não à toa os fundos ainda carregam proteção contra algum revés produtivo. Mas superada a incerteza produtiva e confirmada uma safra cheia nos EUA é natural um desmonte desta proteção, com natural efeito negativo sobre as cotações;
– Apesar da acomodação de alta, mercado de soja segue com feições técnicas positivas em Chicago. O mercado continua bem distante do parâmetro de 100 períodos. Na posição nov/22, atenção ao suporte em 15,00 bu e a resistência em 15,60 bu. O rompimento dessas linhas tende a dar fôlego ao movimento de baixa e alta, respectivamente;
– O dólar voltou a subir forte, com recrudescimento das incertezas fiscais por aqui e repercutindo os temores com a inflação mundial. A volatilidade da moeda norte-americana deve ser acompanhada com atenção pelo produtor, tanto para fixar custos (queda) como para receita (alta);
– O mercado físico de soja pegou carona em Chicago e no dólar e volta a testar o topo de alta, que foi alcançando anteriormente ao final de maio. A alta no preço acaba favorecendo aquele produtor mais curto de caixa;
– A tomada de decisão do produtor, especialmente no disponível, tem que necessariamente considerar a questão dos juros mais altos e a possibilidade de ganhos financeiros com a renda fixa. E a incerteza que toma conta dos mercados exige dos envolvidos uma maior atenção com a gestão financeira;
– É bom seguir atento também as oportunidades de fixação com safras futuras, buscando fazer uma gestão de margem (preço -custo). Nesse sentido, busque trabalhar dentro da curva de preços monitorando a diferença de preço (spread) entre as posições Jul/22 e Nov/22; Jul/22 e Mai/22 e Nov/22 e Mai/22 na CBOT.
Fonte: Canal Rural
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