26
ago
2013
Produção brasileira pode abastecer mercado de trigo
O Brasil tem tecnologia e áreas disponíveis para a produção de trigo, condição para por fim à dependência do produto importado. Este será o tom da palestra do pesquisador Sérgio Roberto Dotto, chefe-geral da Embrapa Trigo, de Passo Fundo (RS), no 8º Fórum Nacional do Trigo, de terça-feira (27) a sexta-feira (30), em Londrina, Norte do Estado. O fórum será simultâneo à 7ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (RCBPTT) nas dependências do Parque Ney Braga. Ao lado de dirigentes de outras instituições de pesquisa, Dotto participa do painel "Futuro do trigo no Brasil", programado para a quarta-feira, dia 28, a partir das 13h30. Materiais e tecnologias de cultivo vão ser abordados também por Ivo Marcos Carraro, presidente executivo da Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec); por Armando Androcioli Filho, diretor técnico-científico do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar); e André Rosa, gerente de negócios da Biotrigo. O chefe-geral da Embrapa Trigo é taxativo. "A dificuldade do trigo não é tecnologia. O gargalo é o comércio", afirma. Dotto diz que falta uma política para o produto no país, lembrando que as indústrias moageiras preferem importar trigo do Mercosul a comprar o produto brasileiro. "Por uma questão de logística, o trigo produzido no Sul não chega aos moinhos, que estão localizados entre São Paulo e Fortaleza", completa. Segundo ele, 75% do consumo estão localizados no Sudeste, Nordeste e Norte do país. Ele também sustenta que a busca pela independência no abastecimento do trigo é uma questão de segurança nacional. "A evasão de moeda é grande", diz. Por outro lado, a pesquisa disponibiliza variedades que alcançam bom rendimento e atendem as exigências do mercado. Segundo Dotto, a produtividade que na década de 1970 era de 700 quilos por hectare, hoje alcança 2.500 quilos por hectare. "Em algumas áreas, colhem-se de 4 a 5 toneladas; em outras irrigadas a produtividade fica entre 6 e 7 toneladas por hectare", afirma. O pesquisador acrescenta que 90% do trigo colhido no sul é panificável, o que desmonta argumentos de que o produto brasileiro não atende as necessidades da indústria. PROGRAMAÇÃO - O 8º Fórum Nacional do Trigo e 7.ª RCBPTT têm início terça-feira (27), às 19h30, com a conferência "Política agrícola para a produção de trigo no Brasil", proferida por Silvio Farnese, coordenador-geral de oleaginosas e fibras da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Na manhã seguinte, a partir das 8h30 está programado o painel "Mercado para o trigo brasileiro: situação atual de logística, tributação, importação e exportação". Participam do painel Paulo Magno Rabelo, analista de mercado da superintendência de gestão de oferta da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e representantes dos vários elos da cadeia produtiva, que abordarão a visão do produtor, da indústria e da área tributária. Às 13h30, está programado o painel com a visão da pesquisa. Em seguida, às 16h15, será realizado o painel "Qualidade industrial e pós-colheita", em que também estarão contempladas as visões da pesquisa, do produtor e indústria, com debatedores de cada segmento. Na quinta-feira (29), às 8h30 começa a 7ª RCBPTT, com a conferência "A importância do trigo em sistemas de produção de grãos no Paraná", com José Salvador Simoneti Foloni, pesquisador da Embrapa Soja. Em seguida haverá o trabalho das subcomissões. Na sexta-feira (30), estão programadas a finalização dos trabalhos e atas das subcomissões, sessão plenária final e premiação dos melhores trabalhos. A promoção é da Embrapa Trigo, Fundação Meridional e Cooperativa Integrada, com o apoio da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e Sociedade Rural do Paraná. Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Embrapa Soja e Embrapa Produtos e Mercado são instituições parceiras.
Fonte: VS Comunicação
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