A primavera inicia oficialmente nesta semana, na quarta-feira (22.09) às 16h21 (horário de Brasília). A previsão para o trimestre neste ano indica probabilidade de chuva acima da média histórica no Norte, Centro e Leste do Brasil. Para a maioria das áreas do Brasil, a primavera significa o retorno da chuva e o aumento do calor. No maior parte da estação teremos temperaturas médias mensais dentro e acima da media normal em praticamente todo o país. É possível a ocorrência de nova onda de calor, porém não tão intensa quanto a observada na primavera de 2020, quando várias regiões do país bateram recordes históricos de calor.
Estação, que vai até 21 de dezembro, é marcada pelo aumento das chuvas e da temperatura na maior parte do país.
Com a entrada da primavera, a tendência do clima segue para uma gradativa melhor distribuição das chuvas sobre a parcela central do país. Alguns sistemas de verão como a Alta da Bolívia e a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), padrões de circulação que favorecem a formação de chuvas sobre o centro do território Brasileiro, começam a marcar presença já em meados da primavera. Desta forma, até o verão, os volumes de chuva vão se elevando gradativamente, como podemos ver nesta sequência dos mapas da climatologia de precipitação, ou seja, a média de todos os anos para cada mês, de acordo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Fica claro o padrão da elevação das chuvas no decorrer dos meses da primavera, especialmente sobre o sul do AM, RO, MT, GO, norte do MS e partes de MG e SP, sendo estas áreas influenciadas pela ZCAS e pelas chuvas provocadas pela Alta da Bolívia. No entanto, a climatologia nos mostra um padrão seco no nordeste do nordeste brasileiro e extremo norte do país, sendo um padrão persistente durante os três meses considerados como primavera. Sobre a região sul, as chuvas têm uma distribuição mais regular, isso porque ainda temos a chegada de algumas frentes frias, trazendo chuvas e já o surgimento de chuvas convectivas, aquelas com características de verão, devido ao aquecimento e alta disponibilidade de umidade na atmosfera.
Nas últimas atualizações dos modelos climáticos, as projeções apresentam uma concordância em apontar que as chuvas ficarão acima da média do período na parcela centro norte do país. No entanto, a distribuição dessas chuvas mais volumosas são esperadas para os meses de Novembro e Dezembro. Caso se confirme, o cenário é positivo, visto que estes meses são os mais chuvosos na região. Contudo, os modelos matemáticos também apontam de forma convergente para o cenário da manutenção das chuvas abaixo da média para o centro sul, abrangendo SP, sul do MS, e os três estados do sul. Porém vale ressaltar que, existe a possibilidade de eventos de chuvas intensas que provocam um grande volume em apenas um ou dois dias do mês, o que poderá manter os volumes na média esperada, mas com uma baixa regularidade na distribuição.
Projeção para o desvio das chuvas do norte americano CFSv2 da NOAA.
O cenário das temperaturas é, em partes, o reflexo do comportamento das chuvas. Na região norte, onde é esperada uma maior frequência dessas chuvas, as temperaturas serão abaixo da média do período. Ao passo que na parcela sul, essas temperaturas estarão levemente acima da média, indicando a possibilidade de maiores períodos secos no decorrer da estação e a incursão de massas de ar frio ainda com temperaturas baixas. Na região central, o comportamento das temperaturas será acima da média, o que pode ser interpretado como uma maior frequência de dias secos, assim como na região nordeste do país.
Projeção para o desvio da temperatura média do norte americano CFSv2 da NOAA.
Em relação às temperaturas das águas do Oceano Pacífico Equatorial, região onde é configurado o El-Niño Oscilação Sul, as projeções matemáticas indicam um cenário do resfriamento dessas águas, o que pode então configurar uma nova La-Niña, mas de fraca intensidade. Segundo a projeção de consenso do IRI, existem 66% de chances da configuração de uma La-Niña no trimestre de Outubro, Novembro e Dezembro, e apenas 33% chances de permanência da situação de neutralidade. E vale ressaltar que, durante esta primavera de 2021, não existe a possibilidade da configuração de um El-Niño.
Fonte: Agrolink
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