06
set
2013
Presidente da Abitrigo questiona “critérios” do chefe-geral da Embrapa Trigo
O presidente da Abitrigo, embaixador Sergio Amaral, enviou correspondência ao chefe-geral da Embrapa Trigo, Roberto Dotto, manifestando sua surpresa em relação às declarações deste. À imprensa, Dotto afirmou que “90% do trigo colhido no Sul [do Brasil] é panificável”, para a seguir dizer que “as indústrias moageiras preferem importar trigo do Mercosul a comprar o trigo brasileiro”.
Na carta aberta, que também foi encaminhada à imprensa, Amaral questiona os “dados e critérios” que basearam as afirmações do funcionário público. O chefe-geral da Embrapa Trigo disse ainda à Folha de Londrina que “a dificuldade do trigo não é tecnologia. O gargalo é o comércio”, e completou afirmando que falta uma política para o produto no País.
Confira abaixo a resposta na íntegra:
“Senhor Chefe Geral,
Li com surpresa as suas declarações à imprensa, no dia 27, segundo as quais “90% do trigo colhido no Sul é panificável” e, a seguir, “as indústrias moageiras preferem importar trigo do Mercosul a comprar o trigo brasileiro”.
O primeiro comentário é certamente muito encorajador e positivo, mas não corresponde à avaliação da indústria do trigo. Com efeito, o fato de o trigo atender ao requisito da classificação oficial IN08, de 220 W, não significa necessariamente que atenda à demanda, cada vez maior, da panificação, por um trigo de qualidade, que precisaria ter pelo menos 240 a 250 de W. Nestas condições, muito agradeceria as suas informações sobre os dados e critérios em que se baseia o seu comentário.
No tocante ao segundo ponto, a indústria moageira tem salientado em várias oportunidades não ter qualquer restrição ao trigo nacional, mesmo porque, em várias regiões, os produtores de trigo são também moageiros e vice versa. Os moinhos buscam apenas, como é natural, um trigo de boa qualidade e bom preço. Se, por vezes, pode dar uma preferência ao trigo do Mercosul é unicamente pela razão de que este trigo atende ao requisito acima apontado, de 240 a 250 de W.
Com os meus cumprimentos pelo trabalho que vem realizando à frente da Embrapa Trigo.
Atenciosamente,
Sergio Amaral
Presidente"
Fonte: Agrolink
Na carta aberta, que também foi encaminhada à imprensa, Amaral questiona os “dados e critérios” que basearam as afirmações do funcionário público. O chefe-geral da Embrapa Trigo disse ainda à Folha de Londrina que “a dificuldade do trigo não é tecnologia. O gargalo é o comércio”, e completou afirmando que falta uma política para o produto no País.
Confira abaixo a resposta na íntegra:
“Senhor Chefe Geral,
Li com surpresa as suas declarações à imprensa, no dia 27, segundo as quais “90% do trigo colhido no Sul é panificável” e, a seguir, “as indústrias moageiras preferem importar trigo do Mercosul a comprar o trigo brasileiro”.
O primeiro comentário é certamente muito encorajador e positivo, mas não corresponde à avaliação da indústria do trigo. Com efeito, o fato de o trigo atender ao requisito da classificação oficial IN08, de 220 W, não significa necessariamente que atenda à demanda, cada vez maior, da panificação, por um trigo de qualidade, que precisaria ter pelo menos 240 a 250 de W. Nestas condições, muito agradeceria as suas informações sobre os dados e critérios em que se baseia o seu comentário.
No tocante ao segundo ponto, a indústria moageira tem salientado em várias oportunidades não ter qualquer restrição ao trigo nacional, mesmo porque, em várias regiões, os produtores de trigo são também moageiros e vice versa. Os moinhos buscam apenas, como é natural, um trigo de boa qualidade e bom preço. Se, por vezes, pode dar uma preferência ao trigo do Mercosul é unicamente pela razão de que este trigo atende ao requisito acima apontado, de 240 a 250 de W.
Com os meus cumprimentos pelo trabalho que vem realizando à frente da Embrapa Trigo.
Atenciosamente,
Sergio Amaral
Presidente"
Fonte: Agrolink
Autor: Leonardo Gottems
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