Os preços da soja na Bolsa de Valores de Chicago (CBOT) encerraram a semana passada com uma média em baixa de 6,81%. Essa forte queda ocorreu após a divulgação de um relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que revelou uma tendência de redução nos preços internacionais para a próxima safra. O relatório apontou oferta mundial muito superior à demanda, resultando no maior estoque final da história.
Durante esta semana, os preços da soja sofreram uma queda significativa, chegando a mais de US$ 161 por bushel (bu) em relação à semana anterior. No dia 08/05, os preços atingiram o máximo de US$ 1.468,60/bu. Porém, no dia 19/05, caíram para US$ 1.307,20/bu.
Tendência para os preços
Apesar da quebra de safra na Argentina e dos baixos estoques nos Estados Unidos para a safra 2022/23, os preços da soja no mercado nacional apresentaram uma queda de mais de 19,67% em um ano. O mercado acredita que, mesmo com a diminuição na produção argentina, o Brasil foi capaz de compensar essa perda com uma safra suficiente em 2023. As informações são da Conab.
Ainda que a área plantada seja mantida, estima-se que a produção da safra 2023/24 nos Estados Unidos atinja um volume recorde, elevando os estoques de passagem. Além disso, as projeções indicam que a produção mundial para a safra 2023/24 será substancialmente maior, resultando em uma oferta muito superior à demanda e afetando negativamente os preços internacionais.
No Brasil, onde se espera uma safra estimada em mais de 154 milhões de toneladas em 2023 e 163 milhões de toneladas em 2024, os prêmios de portos continuam negativos, o que impacta os preços FOB. O valor do dólar abaixo de R$ 5,00 e os altos custos de frete também exercem uma influência negativa sobre os preços nacionais.
Considerando os fundamentos atuais, a tendência de baixa nos preços internacionais da soja continua. Uma possível mudança nesse panorama ocorreria caso houvesse um problema climático nos Estados Unidos que afetasse a produção da safra 2023/24.
No Brasil, há uma perspectiva de aumento nos prêmios de portos, o que pode aliviar um pouco a tendência baixista dos preços nacionais. Além disso, de acordo com o Boletim Focos, é provável que o dólar se mantenha em torno de R$ 5,00 nos próximos meses. Os preços de frete devem permanecer elevados, uma vez que, além da safra de soja, o Brasil está começando a colher a safra de milho.
Fonte: Revista Cultivar.
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