Os preços do trigo seguem em queda no mercado brasileiro, mas os negócios ocorrem em ritmo lento devido à fraca demanda, segundo relatório semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), ligado à Universidade de São Paulo.
Segundo o levantamento, representantes de moinhos aguardam o avanço da entrada de trigo da nova safra e possíveis quedas nos preços. As indústrias de farinha estão utilizando cereal importado, enquanto as indústrias de ração também estão retraídas nas aquisições.
Segundo dados do Cepea, de 2 a 9 de setembro, o mercado de lotes registrou queda de 4,3 por cento no valor do trigo do Rio Grande do Sul, de 3,3 por cento em São Paulo e de 3 por cento no Paraná.
Já no mercado de balcão, houve uma queda de 0,9 por cento no Rio Grande do Sul, mas o valor se manteve estável no Paraná. Nos meses anteriores, os valores do trigo tiveram forte alta, impulsionados pela forte demanda das indústrias de ração, que enfrentavam a baixa oferta de milho.
Com isso, os estoques internos de trigo tiveram uma baixa acentuada. O setor de indústrias de ração pode voltar a buscar o trigo a partir de novembro, período em que a cultura do milho entra em entressafra, destacou o Cepea.
As importações de trigo somaram 576,5 mil toneladas em agosto, volume 5,7 por cento menor do que de julho, mas 76,1 por cento acima de agosto de 2015. Segundo o Cepea, a redução das importações em agosto pode estar ligada à aproximação da colheita brasileira, que deve registrar volume superior ao da safra anterior.