Na última semana, observou-se uma estabilização nos preços do trigo no Brasil, com variações significativas entre os estados do Rio Grande do Sul e Paraná. O trigo de qualidade superior encerrou a semana com uma média de R$ 63,00 por saco no Rio Grande do Sul e R$ 67,00 no Paraná.
De acordo com a Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), comparando com o mesmo período do ano anterior, o trigo gaúcho apresenta uma queda média de 25,3%, refletindo desafios enfrentados pelos produtores brasileiros. A baixa liquidez no mercado interno do cereal neste final de ano é evidente, com produtores segurando o trigo com PH 78 e buscando preços mais elevados, enquanto os moinhos reduzem suas atividades, diminuindo as compras do cereal.
Um fator importante no cenário atual é a competitividade do trigo argentino, impulsionada pela forte desvalorização do peso, resultante das políticas do novo governo do país vizinho. Isso leva as empresas brasileiras a considerarem a importação de trigo argentino no início de 2024, esperando preços mais baixos em comparação com os produtos nacionais.
Além da redução na produção nacional, o trigo brasileiro também enfrenta uma perda significativa em qualidade. O triguilho destinado à ração animal está sendo cotado entre R$ 25,00 e R$ 30,00 por saco, enquanto o trigo de qualidade superior, mesmo em oferta limitada, não consegue competir com a concorrência argentina no momento.
Esse cenário pode resultar em uma redução da área destinada ao cultivo de trigo em 2024, especialmente no sul do país, onde as opções de cultivo no inverno são limitadas para os produtores.
Fonte: Agrolink.
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