15
mai
2012
Preço do adubo aumenta 30% no Paraná
Cotação do dólar sobe e eleva o preço do principal insumo da agricultura. Alento é que soja também aumentou
Cassiano Ribeiro
Diante de previsões de estabilidade e até de baixa, os produtores decidiram segurar as compras dos insumos no final do ano passado. Mas, com a alta do dólar, da soja e das previsões de aumento de área de grãos, os fertilizantes estão disparando de preço. Nos últimos dois meses, as cotações saltaram mais de 30% no Paraná para alguns formulados, como a ureia e o cloreto de potássio.
Com a soja acima dos R$ 50 por saca no estado, a tendência é que a margem de lucro do produtor continue positiva no próximo ciclo, mas com custos pelo menos 15% maiores. “Pode haver migração de plantio de milho – que demanda mais fertilizante – para a soja na próxima safra por conta dos custos altos e também porque os preços do cereal caíram nas últimas semanas. Hoje a relação está bem mais vantajosa para a soja”, ressalta Rodolpho Luiz Botelho, produtor e presidente do Sindicato Rural de Guarapuava.
Para o próximo plantio, faltam-lhe apenas os adubos nitrogenados, os que mais subiram recentemente. “Estou achando muito caro. Vou esperar mais um pouco”, diz Botelho.
Uma tonelada de ureia, que chegou a ser negociada por R$ 850 em fevereiro, hoje vale R$ 1,2 mil na região Centro-Sul do Paraná, praticamente o mesmo preço do cloreto de potássio, que era vendido a R$ 980 por tonelada três meses atrás.
“O principal fator de alta foi o dólar, que saiu de R$ 1,70 para R$ 1,96”, justifica o representante de uma multinacional do setor, que não quer ter sua identidade revelada. A interferência da moeda norte-americana na composição do preço do adubo se deve à dependência externa do Brasil neste setor. Cerca de 90% da matéria-prima misturada no país vêm de outros países, principalmente dos Estados Unidos, Canadá, China e Austrália.
A lentidão no desembarque em Paranaguá pode contribuir para novas altas dos preços dos fertilizantes, devido às despesas extras com o demurrage.
“Daqui para a frente, acho que a fila tende a crescer para até 40 dias de espera, porque o maior volume ainda está por vir”, considera Aluízio Teixeira, diretor do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Paraná (Sindiadubos).
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Cassiano Ribeiro
Diante de previsões de estabilidade e até de baixa, os produtores decidiram segurar as compras dos insumos no final do ano passado. Mas, com a alta do dólar, da soja e das previsões de aumento de área de grãos, os fertilizantes estão disparando de preço. Nos últimos dois meses, as cotações saltaram mais de 30% no Paraná para alguns formulados, como a ureia e o cloreto de potássio.
Com a soja acima dos R$ 50 por saca no estado, a tendência é que a margem de lucro do produtor continue positiva no próximo ciclo, mas com custos pelo menos 15% maiores. “Pode haver migração de plantio de milho – que demanda mais fertilizante – para a soja na próxima safra por conta dos custos altos e também porque os preços do cereal caíram nas últimas semanas. Hoje a relação está bem mais vantajosa para a soja”, ressalta Rodolpho Luiz Botelho, produtor e presidente do Sindicato Rural de Guarapuava.
Para o próximo plantio, faltam-lhe apenas os adubos nitrogenados, os que mais subiram recentemente. “Estou achando muito caro. Vou esperar mais um pouco”, diz Botelho.
Uma tonelada de ureia, que chegou a ser negociada por R$ 850 em fevereiro, hoje vale R$ 1,2 mil na região Centro-Sul do Paraná, praticamente o mesmo preço do cloreto de potássio, que era vendido a R$ 980 por tonelada três meses atrás.
“O principal fator de alta foi o dólar, que saiu de R$ 1,70 para R$ 1,96”, justifica o representante de uma multinacional do setor, que não quer ter sua identidade revelada. A interferência da moeda norte-americana na composição do preço do adubo se deve à dependência externa do Brasil neste setor. Cerca de 90% da matéria-prima misturada no país vêm de outros países, principalmente dos Estados Unidos, Canadá, China e Austrália.
A lentidão no desembarque em Paranaguá pode contribuir para novas altas dos preços dos fertilizantes, devido às despesas extras com o demurrage.
“Daqui para a frente, acho que a fila tende a crescer para até 40 dias de espera, porque o maior volume ainda está por vir”, considera Aluízio Teixeira, diretor do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Paraná (Sindiadubos).