No estado do Paraná, o vazio sanitário terminou nesta segunda-feira (15) e os produtores rurais já podem dar início ao plantio da soja da safra 2014/15. A expectativa é que parte dos agricultores, principalmente do Oeste do estado já comecem o cultivo da oleaginosa ainda essa semana, visando a semeadura do milho safrinha em meados de janeiro.
Apesar do cenário, o presidente da Aprosoja PR, José Eduardo Sismeiro, destaca que os preços mais baixos da soja preocupam os agricultores. Atualmente, no balcão, a saca do produto é negociada a R$ 52,50, porém, o valor já alcançou o patamar de R$ 70,00 anteriormente. Os contratos futuros para a soja giram em torno de R$ 50,00 a saca.
"Essa é uma grande preocupação, pois o volume de vendas antecipadas é baixo. E se fizermos uma conta, quando tínhamos preços de R$ 63,00 a saca precisávamos de ao redor de 40 sacas por hectare para pagar as contas, mas com o preço de R$ 50,00, precisaremos de mais sacas, entre 8 a 10 sacas a mais para cobrir os custos", explica Sismeiro.
Com isso, a perspectiva é que um possível ganho de produtividade compense a cotação mais baixa do grão. Já a área cultivada deverá ser a mesma da safra anterior. "Podemos ter alguns produtores de feijão migrando para o cultivo da oleaginosa. Mas, não devemos ter um aumento expressivo na área", diz o presidente da Aprosoja PR.
Milho
No cereal, a comercialização também persiste como uma preocupação. Em boa parte do estado, os valores estão abaixo do preço mínimo fixado pelo Governo Federal, de R$ 17,47 a saca. O milho é cotado ao redor de R$ 17,00 a saca.
"Temos um cenário negativo para o milho e precisaremos do EGF (Empréstimos do Governo Federal), já que vender o cereal nos atuais patamares não cobrem os custos. Com isso, a safrinha do próximo ano corre risco, teremos que colher acima de 250 sacas de milho por alqueire para fechar as contas", sinaliza Sismeiro.
Consequentemente, os produtores terão a opção de investir nas culturas do trigo, feijão ou aveia na próxima safrinha. "No caso do trigo, é um absurdo, pois estamos dando emprego e renda para outros países, uma vez que o Governo não compra o nosso produto. E o trigo seria uma ótima ferramenta de rotação de cultura. Já no feijão, a situação é lastimável, não compensa plantar. Teremos que fazer a cobertura com a aveia, mas ainda assim, isso gera custos. No próximo ano, o Brasil pode sentir na pele, já que não terá o que vender", acredita o presidente da entidade. Fonte: Notícias Agrícolas // Fernanda Custódio.
Fonte: Notícias Agrícolas
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