Um dos alicerces da economia paranaense, o agronegócio estadual irá perder espaço na Câmara Federal a partir de 2015. Nomes fortes que representam o segmento em Brasília não conseguiram a reeleição ou nem tentaram renovar a permanência.
O cenário futuro preocupa as entidades ligadas à agricultura e à pecuária, a ponto de elas organizarem uma mobilização para reverter o quadro.
Stephanes - Talvez o nome mais influente do agronegócio estadual, Reinhold Stephanes (PSD) não conseguiu a reeleição. Apesar dos mais de 78 mil votos, o experiente parlamentar que já foi ministro da Agricultura e secretário da Agricultura do Paraná, ficou como suplente da coligação. Também representantes do setor, Abelardo Lupion (DEM) e Eduardo Sciarra (PSD) nem mesmo tentaram renovar o mandato. Moacir Micheletto (PMDB), também defensor dos interesses de grandes agricultores no Congresso, morreu em 2012 em um acidente de carro na rodovia PR-239, entre Toledo e Assis Chateaubriand, no Oeste do Paraná.
Foco - "Tínhamos uma realidade excelente, porque os parlamentares eram muito focados no agronegócio. A bancada sempre foi muito ativa, até porque o setor é importante para economia do estado", ressalta José Roberto Ricken, superintendente da Organização das Cooperativas do Paraná (Sistema Ocepar).
Esforço - Diante do possível quadro adverso, a própria Ocepar, antes mesmo das eleições, iniciou um esforço para recompor as eventuais perdas. A entidade apoiou 30 candidatos a deputado federal que compactuaram com as propostas do cooperativismo. Deste grupo, 21 foram eleitos. "O novo grupo é mais diversificado, o que atende uma gama maior de interesses", aponta Ricken. "Se não estivermos no dia a dia para ficar atentos aos projetos, o setor não alcança o que deseja e pode ser prejudicado", acrescenta.
Frencoop - Atual presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB), que conseguiu a reeleição, acredita que as posições abertas serão ocupadas naturalmente. O próprio parlamentar está se encarregando de identificar possíveis nomes entre os eleitos pela Paraná. Atualmente, a Frencoop conta com 233 deputados federais e 30 senadores. "Fragiliza no primeiro momento, mas tenho convicção de que as pessoas serão substituídas à atura. Continuaremos com uma forte atuação no Congresso", afirma Serraglio.
Nomes - Antes mesmo do início da nova legislatura, alguns nomes se candidatam para representar o setor. Um deles é Sérgio Souza (PMDB), que irá exercer seu primeiro mandato como deputado federal - ele havia substituído Gleisi Hoffmann (PT) no Senado entre 2011 e 2014. Souza, inclusive, afirma que a agricultura será uma das suas bandeiras. "Minha meta é ajudar na redução do custo de produção, por meio de investimentos nos modais de transporte e redução da carga tributária", diz.
Assessoramento - Além do apoio, o agronegócio se organiza para assessorar os parlamentares na hora de desenvolver projetos. Por meio da Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB), uma equipe técnica especializada está à disposição em Brasília. Procurada pela reportagem, a Federação da Agricultura do Paraná (Faep) preferiu não comentar o assunto.
Fonte: Gazeta do Povo - Ocepar
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